29 de setembro de 2005

Sonhos que Deixamos de Sonhar

Quando crianças sonhamos.
E não apenas sonhos de travesseiro.
Sonhamos sonhos para a vida inteira.
Sonhos que ganham cores e forma na adolescência.
Sonhos impossíveis para os outros,
mas tão claro e possíveis ao nossos olhos.
Sonhos para cada uma das etapas da vida.
Mas aos poucos, crescemos e nos é imposta a vida de adulto,
onde não querem que sonhemos.
Mas nos recusamos a jogar todos os nossos sonhos fora.
Apenas dobramos eles bem pequeninhos
e os guardamos num cantinho especial do coração.
E eles ficam ali, dobrados, quietinhos,
um por um e torná-los sonhos de verdade.

Escrevi este texto para uma campanha de incentivo da Avon para as Gerentes de Setor, onde o prêmio poderia chegar até 8,000,00 reais. Ela consistia em uma pequena mala direta, cheia de dobras e que ao desdobrá-la, ficava enorme.

Falar sobre dinheiro ou sobre o que se deve ou não fazer com ele, é sempre complicado. Mensurar o sonho de quem não conhecemos em jóias ou carros ou viagens é praticamente impossível. Então as convidei a desdobrar seus sonhos mais íntimos e sonhá-los de novo. Se elas ganhariam todo o prêmio, não era importante, talvez o prêmio pudesse ser usado para realizar os sonhos, talvez. Mas para mim o importante era que cada uma das pessoas, ao ler o texto, voltasse a sonhar.

Porque o sonho nos mantém vivo. Nos faz ir além. Parar de sonhar é assinar o próprio atestado de óbito. É morrer-vivo. É tornar- se medíocre.

Então sonhe. Sonhe alto. Muito alto. Mas tenha os pés no chão para estourar o seu balão de sonho e transformá-lo em realidade. Agarre-o com força. Faça dele a sua verdade. Sonhe o seu sonho. Nem que ele seja um sorvete, ao por-do-sol, de mãos dadas com a pessoa amada.

26 de setembro de 2005

Pressa sobre duas rodas

Trânsito. Tudo tão parado que parece que estou andando para trás. De repente: Um vulto passa rasgando o trânsito mostrando que o caminho é mesmo para frente. Depois outro e outro e mais outro. São tantos juntos que parecem uma centopéia sobre duas rodas.
Passam desafiando as leis da física, mais um corpo ocupando o terceiro lugar num mesmo espaço que mal cabem dois. E da mesma maneira rápida que aparecem, somem, assim como sumiu de vista o retrovisor do carro ao lado, arrancado num chute certeiro (digno do Ronaldinho) de um motoboy um mais esstresado.

Fico para trás me perguntando: “Aonde eles vão com tanta pressa?”
Mas ainda assim penso: “Amanhã, vendo está porcaria de carro velho e compro uma moto.”

Meia hora depois, coisa rápida, uns 3 km a frente, chego a causa do congestionamento: um motoqueiro atropelado (Nunca ouvi no rádio motoboy atropelado, apenas motoqueiros são atropelados). Na hora desisti da moto.


E o trânsito parado nem tanto pelo motoqueiro/motoboy no chão, que só ocupava faixa da esquerda, mas pelos seus novos 264 amigos parados no local do acidente. Destes, 263 ameaçavam o pobre do coitado do atropelador e o outro falava no celular, provavelmente avisando mais motoboys.

Sinceramente, comecei a temer mais pela vida do atropelador do que pela do motoboy. Afinal 263 + 1 (com a possibilidade de acrésimo no número) contra 1 não me pareceu muito justo.

Não paro, afinal tenho meus próprios problemas, desejo boa sorte em pensamento ao atropelador e ao atropelado - talvez se não estivesse correndo tanto.


Já no trabalho, peço para chamar o motoboy.
- Olha você tem que ir aqui, nesse lugar, levar este material para o cliente.
Depois passa lá no fornecedor e me trás um documento.
E na volta, passa no banco e paga este boleto para mim.
Mas vai rápido porque já são três e dez e o banco fecha as 4.

22 de setembro de 2005

Descoberto mais um bem da Natação

Certa vez, após sair da aula de natação, fui tomar banho. Quando ia limpar o ouvido, qual não foi a minha surpresa ao perceber que o meu ouvido já estava limpo. Achei fantástico. Mas fiquei me perguntando: “Para onde foi a cera?”

21 de setembro de 2005

Crônicas de Elevador é um blog e ao mesmo tempo uma solução para ser usadas nos momentos incômodos do dia-a-dia. São crônicas muito rápidas e curtas (tá, eu sei, todas são assim) para as pessoas das cidades grandes que julgam não terem tempo para nada (mas que quando querem sempre arrumam um) Cabe aqui um exemplo: Botão, elevador, chegou. Abre porta e uma única pessoa no elevador. Você entra, dá aquele “oi” educado, mas que sai da garganta mas que quase não sai da boca e só. Aqueles intermináveis segundos não acabam nunca. O 3º andar nunca pareceu tão longe. E você olha para o chão, olha o andar que o elevador está (ainda no 1º) e quando resolve olhar para a pessoa que também está no elevador, percebe que ela já está olhando para você. Viu, tudo se resolve com uma crônicazinha impressa e estrategicamente guardada no bolso. Entrou no elevador, saque-a do bolso e antes mesmo de o elevador ir do terréo para o 3º andar você já digeriu toda uma crônica. Rápido, prático e indolor.

Aqui vale um apêndice (não aquele orgão que a gente tem e que não serve para nada).
Às vezes vão aparecer algumas coisas que ando fazendo aqui na agência – propaganda pessoal, propaganda – que se encaixa bem neste blog.

Visto que propaganda é uma coisa que olhamos rapidinho e nem lembramos mais, até a hora que vamos comprar o papel higiênico e não sabemos porque estamos levando o papel higiênico HiperMegaBlaster Macio 3 vezes mais caro que o concorrente. (Ah! O apêndice – orgão - tem sim utilidades: a 1º é doer, e muito e a 2º é dar dinheiro para os hospitais extirparem isso da gente. Ou seja, este orgão tem a mesma função do dente do Siso. Fuder com o dia da gente.).

Agora chega, porque o que era para ser rápido, já se extendeu demais.