23 de novembro de 2005

Se Coca-Cola-Light não engorda, porque só gordo toma?

Gente magra abomina o mundo Diet e Light. Bom, refrigerante alguns até tomam. Mas café com adoçante? Chá com Zero Cal? Jamais, magro não toma. Reclama que é horrível, tem gosto de xarope, que fica amargo e lembra remédio.

Mas gordo não, gordo se engana. Acha isto tudo uma delícia e sempre pede suco ou café com adoçante para acompanhar as refeições.

Um exemplo, depois de demolir 6 pratos de feijoadas do tamanho do Monte Everest, com direito até a Torresmos Alpinistas, pede ao garçom um cafezinho com adoçante.
Na verdade isto é uma auto-indução (ou alta ingestão) do tipo: Mas pelo menos o café não engorda.

Ainda durante o almoço fica indignado com o amigo que continua magro depois de comer tanto quanto ele - vide a mesma quantidade como uma proporção 12 vezes menor. Doze porque ele não repete 6 vezes, o prato, quando grande, tem no máximo o tamanho de um prato de comida. Mas que na hora do cafezinho mata o amigo mais cheinho colocando 5 colheres de açucar numa xícrinha de café que mal cabe uma.

O amigo gordo, indignado - diga-se de passagem - com o amigo que continua magro, afirma:
- Não sei como você não engorda tomando tudo isso de açucar.

Ainda tem a clássica: Na lanchonete o gordinho pede tudo grande e um refrigerante diet. Então o ser magrinho de estômago de bem-te-vi, fala:
- De que adinata pedir refri diet com promoção grande?

O que os magros não entendem é que na verdade, estas pessoas (como eu) estão fazendo economia de calorias e não querem emagrecer ao tomar litros de Coca-Cola Light ou devorar potes e mais potes de sorvetes Diet. Querem apenas engordar menos ou, no máximo, demorar um pouco mais para engordar.

Funciona assim. Uma pessoa corpolunenta, mas feliz (gordinhos na hora de comer sempre estão felizes), vai tomar sorvete. Ele quer um Sundae e vai tomar de qualquer jeito. Então é melhor que engorde menos pedindo um Sundae cheio de cobertura mas com sorvete diet.

Para ver está teoria funcionando na prática, basta fazer algumas contas rápidas.

Na lanchonete:
Super Hamburguer Mega com Dose Extra tripla de Maionese – 2.000,05 kcal.
Porção gigante de batata fritas para 6 pessoas (detalhe o Cidadão está sozinho, no máximo acompanhado de um conjuguê tão gordo quanto ou que ainda vai ficar) – 1.652 kcal.
E um refrigerente Light – 0,99 kcal apenas.

O feliz gordito está ingerindo a saudável quantidade de apenas 3653.04 calorias.

Agora repetindo este mesmo pedido, mas trocando o refrigerante light por um normal, de ínicio se adiciona 300 calorias em apenas uma refeição. É só comparar a diferença no resultado final. Apenas 3653.04 com refrigerante light contra absurdos quase 3952,05, quase 4 mil kcal, com refirgerante normal.

Calorias perdidas durante o almoço ou jantar (ou lanche entre um e outro), que poderiam serem melhores aproveitadas na sobremesa.

Para os gordinhos vale mais a pena tomar 300 copos de Coca-Light com apenas 1 kcal, do que tomar 1 copo de Coca-Cola com 300 kcal.

Príncipio básico de economia. Mais por menos.

Que fique bem claro, gordinhos não tomam Cocas-Light e Guaraná Diets porque gostam mais e sim porque se é para engordar, que seja para ser mais: Mais devagar e comendo mais.

11 de novembro de 2005

O Reino Cagado da Propaganda

Os passarinhos cantavam, o sol brilhava, as criações estavam no prazo, os clientes aprovavam as campanhas, todos eram felizes. Mas um simples xixi pôs fim a toda paz que reinava no Reino Encantado da Propaganda.

Certo dia, em uma visita de reconhecimento o Jeba Master, precisou usar o banheiro. E qual não foi a sua surpresa ao se deparar com pinturas na privada. Definitivamente tinha algo, ou melhor alguém, podre no lindo Reino Encantado da Propaganda.

O Jeba Master então convocou o Jeba Medium para ver aquela obra prima da natureza humana. Depois veio o Jeba Estágiario. Dizem que eles até tiveram razão, parecia que o cara tinha sentado num liquidificador.

E depois daquele xixi, tudo ficou marrom no agora Reino já Não tão Encantado da Propaganda. Boatos correram pelas quatro salas encantadas. Haveria uma verdadeira caça ao Cagão, com direito até a colocação de rolhas em orifícios suspeitos. As pessoas já não trabalhavam mais aliviadas como antes, o ar e as pessoas estavam ficando cada vez mais pessados.

E para acalmar o incontrolável Jeba Master, foi instalada a CPI do Cocô para descobrir quem foi o ser humano sem escrupúlos que teria feito tal coisa.

Seriam investigados todos funcionários do Reino Cagado da Propaganda.

Primeiro, queriam ver quem estava com as mãos amarelas, mas alguém lembrou que isto só funciona para os seres humanos gasosos. A idéia foi pelos ares, mas não sem antes deixar um cheiro pouco agradável.

Foi decidido imprimir uma circular: A partir daquele dia só seria permitido usar o sanitário para o número dois, caso fosse assinado uma via garantindo que a louça não seria assinada. Vide que em caso de necessidade extrema, como: dor de barriga ou ingestão em demasia de repolhos, haveria uma dispensa rápida para usar o banheiro da padaria em frente. Mas sabiamente está idéia também foi por água abaixo sem deixar nada impresso no vaso.

Mas a merda da CPI já estava instalada, era necessário alguma solução.

Em reunião extraordinária, convocaram a faxineira para ser a agente investigatória especial. Ela ficou incumbida de verificar privada por privada após o uso de cada pessoa no escritório, coletando dados, como cheiro, textura, coloração e coisas do gênero.

Mas perceberam a idéia era uma verdadeira bosta e porque ninguém fica examinando a bosta dos outros.

Depois de dias de estudo - mesmo por que não havia nada mais importante para fazer em uma agência, que tem parte da conta da maior empresa do Mundo - meditando sobre o que fazer com o uso das privadas e seus usuários, chegaram a brilhante solução: compraram uma Escovinha.

Uma Escova branquinha igual a privada. Assim as pessoas poderiam usar tranquilamente o sanitário deixando a pintura de porcelana para os portugueses, que tem know-how de anos.

E a paz foi retornando, as pessoas trabalhando mais alividas e aos poucos até os passarinhos voltaram ao Quase Reino Encantado da Propaganda.

E como final feliz em propaganda tem que ter anúncio, foi criada a campanha de incentivo e concientização do uso do novo instrumento de trabalho:

Eu já usei a escovinha hoje. E você?

Epílogo: Até hoje o culpado por pintar o vaso continua desaparecido. E os seus vestígios também.

3 de novembro de 2005

Quando eu fiz o trânsito parar.



Todo lançamento de algum produto, marca ou loja precisa causar impacto para conseguir chamar a atenção necessária. E acho que conseguimos com está campanha. Matéria com chamada até na 1º página de um dos principais jornais de Pernambuco.

Colocamos, (eu, meu dupla e o pessoal da agência) em uma das avenidas mais movimentadas de Recife, um outdoor com uma pessoa lendo um livro em uma poltrona amarela (cor ícone da marca), para anunciar a 1º Mega Store da Saraiva em Recife. Impacto na certa.

Quem mora em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba já está acostumado a ver este tipo de ação, mas quem mora em Recife, não. Então onde está a criatividade desta campanha publicitária que fez até pessoas pararem o carro para ver o outdoor?

A criatividade não estava em fazer um “outdoor vivo”, e sim, fazer um “outdoor vivo” em um lugar onde as pessoas não estão acostumadas a ações como esta.

Sempre acreditei que ser criativo não é inventar uma Chinforínfola, e sim, achar a melhor solução para um problema. Neste caso a solução foi tão boa que criou outro problema: Trânsito.