22 de junho de 2007

Que Coisa.

O que é uma “Coisa”?

Coisa pode ser muitas coisas. Pode ser um objeto, pode ser uma ação. Pode ser coisa nenhuma.

Coisa pode representar uma vontade, aquele impulso de mator o tédio de domingo sem saber ao certo o que se fazer: “Que vontade de fazer alguma Coisa!”.

Naquele momento, Coisa ainda é coisa nenhuma. Mas em breve, a Coisa, que ainda não tem forma, irá se tornar alguma Coisa a partir do momento que as pessoas estiverem fazendo alguma coisa.

Fato engraçado é que quem sai de casa para fazer alguma Coisa não percebe que já começou a fazer alguma coisa pelo simples fato de ter saído de casa, neste caso a coisa que ele fez, foi sair de casa.

As vezes é adjetivo. “Ele é uma coisa!” confidência para amiga a menina que na verdade está dizendo que o cara é muito bom de cama. Se uma menina passa perto de um grupo de homens e alguém comenta “Olha que coisinha” está chamando de gostosa mesmo. Mas Coisa pode ser usada para definir algo amórfico “ Que coisa horrível”. Não foi à toa que o SBT fez muito sucesso com o filme “A Coisa”.

Coisa também pode ser uma sensação. Pessoas começam a olhar diferente, falam baixinho pelos cantos. Todos sentem que tem alguma Coisa no ar. Mas ninguém sabe ao certo o que está acontecendo. Fica só a sensação de que realmente tem alguma Coisa acontecendo e todos garantem que não foram eles.

E quando perguntam; "E aí? Vamos fazer alguma coisa hoje?".

Mas a vontade é de ficar em casa sem fazer coisa nenhuma, sem querer dar satisfação a ninguém, muito menos para aquele erro que aconteceu depois do terceiro chopp e agora não desgruda do seu sapato. A melhor coisa a se responder é:

- Hoje não dá. Tenho que fazer umas coisas.

Perfeito. Uma coisa anulou a outra. Ninguém irá ficar insistindo, afinal já existe um compromisso, alguma coisa para fazer.

Melhor que nem mentira é. É a mais pura verdade. O que será feito no período após a resposta ainda não foi definido, ou seja, a pessoa pode ficar em casa fazendo coisa nenhuma que em nenhum momento mentiu. Afinal ela está fazendo alguma Coisa.

Coisa é a coisa mais perfeita que já inventaram. Talvez seja a melhor explicação para definir Deus, porque Coisa é tudo e pode ser nada.

Agora que você já terminou de ler essa coisa, volte a fazer suas coisas que eu vou voltar a fazer as minhas.

5 de junho de 2007

Barulhinho Nada Bom

Alguns objetos só podem ter sido desenvolvidos para fazer barulho, causar constrangimento, aborrecimento ou os dois.

Os bombons do tipo Sonho de Valsa, por exemplo, tem um som tão irritante e caractéristico que até seus concorrentes compram as embalagens no mesmo fornecedor para igualar o barulhinho que eles fazem na hora de abrir. Uma delícia para quem abre. Terror para quem ouve. Principalmente no cinema. O "Cidadão", no momento de mais tensão do filme, resolve suprir sua necessidade de glicose, mas para não incomodar os outros espectadores, tenta abrir o chocolate discretamente: ssccchhhrechhhttt. Pára. Tenta mais um pouquinho, assim, bem devagarinho: sssschhhrrreeeeechhhhttt. Sem o mínimo do bom senso a pessoa continua o processo e não percebe que essa demora só está aumentando a aflição dos presentes. Dá vontade de gritar: "Abre logo esta Merda!".

O incômodo com o barulho da embalagem dos bombons tipo Sonho de Valsa é tão grande que já foi até objeto de estudo (de suma importância para a vida na Terra), realizada por alguma universidade no mundo. Depois de muito estudo e pesquisas cientifícas (?), chegou-se a brilhante conclusão que é impossível abrir esse tipo de embalagens sem fazer barulho. Os cinemas concernados com esta descoberta e preocupados com o bem estar de seus clientes já estão re-editando seus avisos antes dos filmes: "Por favor desliguem seus pagers, celulares e não abram seus Sonhos de Valsa".

O que nos leva as gôndolas de preservativos.

Comprar camisinha já é um ato um tanto quanto desconfortante. Até o caixa da farmácia sempre dá aquele risinho de canto de boca. Parece que está se anunciando: "Saindo daqui vou dar uma, hein!". Todo mundo faz sexo (até os padres?) mas ninguém precisa saber quando. O que ainda pode gerar uma idéia errada de quem está comprando, porque na verdade a intenção do comprador é: "Tomara que eu me dê bem hoje na balada porque sozinho eu não aguento mais".

E o simples fato de ter esse objeto no bolso pode estragar tudo. Já que o tradicional "screschhthth" vindo do bolso pode gerar uma resposta que veio sem indagação: "Que tipo de pessoa você acha que eu sou?". Até ia rolar, mas o anúncio das verdadeiras intenções antes do tempo estraga tudo.

As empresas deveriam criar uma nova camisinha, na versão discreta, viria até com slogan: "Camisinhas Silensex. Pacotes silenciosos para não integrar suas reais intenções no primeiro encontro" ou ainda "Preservativo Silensex. Porque quem tem que gemer é você, não a embalagem".

O que pode nos levar a refletir que as embalagens de Sonho de Valsa e de Preservativo só podem ser feitas do mesmo material! Não é a toa que existe camisinha sabor chocolate.