14 de julho de 2010
Ao Senhor Jeffrey Hyman
1 de julho de 2010
O Pecado que move o mundo
4 de maio de 2010
Corredores
25 de abril de 2010
Onomatopéia da Cuíca
13 de abril de 2010
Reescrevendo a Batata
3 de abril de 2010
Na Rua
31 de março de 2010
Falta Terminativa
Diferente da falta de ar que sentia na infância toda vez que via a Madalena jogando vôlei no colégio de shortinho e blusa apertada, que delineavam os seios recém desenvolvidos.
O aperto no peito muito mais forte do que quando o zagueiro do seu time foi bater o último pênalti da decisão da final do campeonato mundial.
Nem o caldo que tomou na praia de uma onda de quase 3 metros tirou tanto o seu fôlego.
Apertou muito mais sua garganta que o nó da gravata no dia do seu casamento.
Suas crises de asma não eram tão agudas.
Seu corpo balançava como um dançarino de break epilético, o rosto tão vermelho que faria uma Ferrari se esconder de vergonha e o ar ao redor insistia em não entrar em suas narinas.
Dizem que quando se está morrendo, a vida passa diante de seus olhos, porra nenhuma, a única coisa que via era a sua sombra debatendo de arrependimento.
Suas mãos agarraram a corda e o estilete que tinha no bolso cortou a corda, fazendo seu corpo cair como uma goiaba madura, quicando e rolando para o lado.
Não ter conseguido nem se matar, só aumentava a lista das suas inúmeras iniciativas e poucas terminativas, como em todas elas; criava para si mesmo outra desculpa:
- É que esse negócio de se enforcar dá uma falta de ar danada.
Mais um texto da Série o B_Arco. Tema: Enforcado agonizante.29 de março de 2010
Textos da Série o B_Arco
O lugar era perfeito. O planejamento impecável. Todos perfilados lançavam olhares de canto uns para os outros, se preparavam, ansiosos pela autorização da largada. Faltava a ordem.
Ao sinal, saíram correndo como um bando desordenado de maratonistas, mas que logo adquire um tipo de ordem desordenada. Se atiravam contra a parede, atacando o oponente de forma a não deixar vítimas, a vitória viria a qualquer custo. A visibilidade era de dar inveja a cego e ar fresco era artigo de luxo que seus salários não permitiam comprar. A condição desumana de turnos incessantes de quase 24 por 7 parecia não influir em seu e mais um pedaço da parede se tornava pó.
Não tardou para que, o que antes sólido, tivesse a aparência de um queijo suíço, com a diferença que ali não estavam sendo feitos túneis. Para os trabalhadores não importava se passaria por ali um bando de turistas que ficariam horas em um congestionamento ou se seria uma nova linha do metro. O interesse era o final da jornada, a busca da outra extremidade, a ânsia de sair, ver a luz do sol ou sentir o frescor da noite.
Nessa busca desenfreada, uma brecha, pequena o suficiente para passar apenas uma gota d’água, foi aberta. O que era uma gota se tornou infiltração e de repente, como um gordo que pula no meio de uma piscina de plástico, água veio por todos os lados.
Alguns não perceberam e foram levados por um tsunami de água doce, outros se atropelaram correndo para chegar à entrada do túnel, a saída ainda não estava pronta. Nem os melhores nadadores escaparam.
Assim foram as chuvas em São Paulo, inundou as ruas, derrubou as árvores, levou todo o trabalho e os operários córrego abaixo.
19 de março de 2010
Série Textos do B_Arco
Luiz Roberto nasceu em São Paulo em Junho de 1985. Irmão caçula de 3 filhos homens desde cedo se interessou por música e cinema. Seu sonho é escrever e dirigir cinema.Se formou na FAAp em ADM de empresas (mais para agradar ao pai, executivo do setor finaceiro). Vaidoso seu hobby preferido é fazer compras em Miami. São Paulino de Coração, sempre que pode acompanha o tricolor no Morumbi. Adora doces e luta para não ganhar peso. Foi gordinho na infância e não quer pasar novamente por isso. Tem 2 sonhos. De consumo: um Mini Cooper na garagem e a isabela, Ex-Colega de Faap que ainda namora o “bolha” do Alencar.
Por “Pai” Marlon – www.twitter.com/docmarlon
Agora eu tenho que Matar Luiz Roberto em até 5 linhas.
Eu confesso, matei Luiz Roberto. Matei porque ele era um pulha. Assassinei por ser um enorme pé pisando no meu saco. Tirei sua vida porque me sufocava e me torturava. Luiz Roberto está morto, não foi por vingança, mas porque precisava ser livre e não sabia como fazer isso com ele vivo. Por isso matei Luiz Roberto. Hoje sou apenas Luiz, as vezes, Roberto. Eu matei Luiz Roberto.