14 de julho de 2010

Ao Senhor Jeffrey Hyman

Cresci sem MTV até mais ou menos meus 15 anos, numa terra que só toca axé, onde o som mais pesado que se escuta é batida dos tambores do Olodum. Punk, heavy metal, hard rock, hardcore. Pra mim era tudo simplesmente rock. Garth Brooks era rock. Não entendia direito o que era rock’roll. Ouvia uma música aqui, outra ali. Gravava tudo em cassete. Não tinha nem CD player. Nem internet. 

Demorou a eu descobrir de verdade o que era Rock. Mas foi rápido pra gostar. Rápido como as músicas que vocês tocavam.  Logo vieram as camisetas pretas, bermudões jeans, tombos de Skate e uma banda de garagem. Ah, sim, eu cantava. Mas foi exatamente com você que aprendi que não precisa cantar bem, nem tocar bem para fazer musica. Música podia ser seca, rápida, gritada, mal cantada. E podia ser boa!
Para fã, banda de rock só é boa quando não ganha dinheiro. Se faz sucesso, é vendida, comercial, não é “mais boa”. Quando os fãs mostram para os amigos uma banda nova, o fazem escondido, como se estivessem compartilhando de um segredo ultra-secreto. Para ficar só entre eles. Mas vocês vieram e mostraram o contrário. Banda de rock pode ganhar dinheiro, participar de trilha sonora de filme e continuar com a mesma atitude.
Uma banda punk, que era pop, fazendo um show na Vila Olímpia, cheia de Atitude. Esse foi o meu primeiro show de rock. Bermuda jeans cheia de bolsos, camiseta preta e ticket na mão. O Green Day tocava Welcome to Paradise, depois que a menina que carreguei no ombro me dava meu primeiro beijo em São Paulo. Energia, suor, vozes de milhares de backing vocals me fizeram sentir: show é a minha balada.
Vieram muitos outros: Metallica, Sepultura, Offspring, Millencolin, sempre com uma tendência para o som seco, rápido, simples, até quando esse som é Heavy Metal. Sem vocês nada dessas bandas. Nada desses shows.  Nada da importância dos shows e da música na minha vida.
Por isso tenho que agradecer muito a você. Se música faz sentido na minha vida, você indiretamente faz parte dela. Só me arrependo de nunca ter ido num show seu. O ticket rasgado, os mosh pits perdidos, não lembrar de escutar vocês, ao vivo, gritando “OneTwoThreeFour” vai ficar faltando na minha coleção.
Os anos passaram, a banda acabou, você descobriu que tinha câncer e que era incurável. Você cantou “What a Wonderful World” e lançou um disco pré-postumo chamado “Don´t Worry About Me”. Atitude. Como o nome Ramones, nome falso de Paul McCartney na primeira fase dos Beattles. Transformar a primeira banda pop do mundo em punk! Isso é punk.
O mundo sem você ficou um pouco mais lento, mais limpo e mais bonito. Ficou menos punk.
Porra Joey, porque você foi morrer?
 Carta a um morto. Texto criado para a oficina literária do B_Arco de Segunda.

1 de julho de 2010

O Pecado que move o mundo


A vaidade já não pertence a Narciso, que se afundou no rio em busca da sua beleza. Cristiano Ronaldo afundou todo um país ao se preocupar mais em se olhar no telão do que orgulhar seu povo com a técnica do melhor futebolista do mundo, ora pois. Mas se ele se olhou tanto é porque o mostraram, e muito. A prova de que a vaidade move o mundo. Depois, vem à indústria farmacêutica e finalmente a indústria farmacêutica aliada a vaidade.
A vaidade abastece o consumismo. Nenhuma mulher precisa de uma Vitor Hugo, para carregar batons, agenda e chaves. Um Rolex marca as mesmas horas que um convencional relógio de cordas. E qual o sentido de um carro vermelho, com um cavalo rampante no capô para chegar à balada, se o trânsito vai fazer com que a gasolina acabe antes da primeira arrancada?
A vaidade consumista simbiosa-se na vaidade do culto ao corpo nas academias de ginástica. As pessoas não podem simplesmente ir à academia em busca de uma vida mais saudável se não estiver usando uma camiseta Dri-fit, o Nike Shox com 113 amortecedores e o iPhone para mostrar aos amigos enquanto malha. Nem os corredores ao ar livre escapam dos caprichos da vaidade. Neste caso iPod tem que ser shuffle, o tênis Asics ou Mizuno ou fora. Depois barrinha de cereal para o jantar, porque a barriga tem que estar trincada, nem que esteja trincando de fome. É saúde em segundo lugar.
 É lógico que tem pessoas que se dão ao luxo de serem mais vaidosas porque a genética ajuda e já nascem bonitas. Mas e os feios e gordos? Esses procuram ficar ainda mais feios. Pintam o cabelo de cores de combinações duvidosas, perfuram a cara com mais pierciengs e brincos que os poros podem suportar e usam roupas 2 números menor, não importando se irá parecer um lápis embrulhado ou um colchão amarrado pelo meio. Portanto, acreditam, que deixaram de ser feios e tornaram-se autênticos. Julgam-se a-vaidosos e criticam quem é. Ironia?
Para solucionar essa falta de vaidade, quer dizer, auto-estima ou aumentá-la temos a indústria farmacêutica trabalhando nisso 24 horas. Começa com suplementos alimentares, para os marombados, botox pros preocupados e cirurgias plásticas para os mais abastados. Até o Viagra já deixou de ser remédio para impotência e tornou-se turbo para o senhor de 60 impressionar (e se) seu novo brinquedinho de 20 e poucos. E creme antiidade já é tão importante quanto escovar os dentes antes de dormir.
É lógico que cuidar do corpo é saudável e prolonga a vida. E o a indústria farmacêutica quer? Que as pessoas morram cedo? Não! Quer que fiquem doentes e se curem e usem mais medicamentos para que se mantenham aparentemente jovens e vivam mais. Não melhor, mais. Viver mais é consumir mais. Algumas pessoas, até conseguem abandonar a vaidade em determinada idade em prol do conforto, mas os medicamentos continuarão no armário atrás do espelho.
A Vaidade, como já disse Al Pacino, personificado de diabo, é o meu pecado preferido.

Texto feito para o Sarau oferecedio pela minha companheira do B_Arco de Segunda Giovanna Villela sobre o tema Vaidade.

4 de maio de 2010

Corredores


Me salve. Me perdi dentro de mim. Num cantinho que não ter cor, claridade ou lua. Me perdi dos meus medos que desconheço, da minha insegurança que me segura. Das dores de amores que não tenho.
Por favor me encontre ali. Aqui dentro de mim.
Soltei da minha mão no supermercado. Já faz tempo que caminhei pelos corredores, encontrei vários eus: Triste, barbudo, gordo, de cabelo raspado, cantando, chupando dedo, em promoção. Mas não me encontrei.
Me anuncie no auto-falante.
- Shhhhh! Escuta! Tá ouvindo? Sou eu gritando!
Me escuta? Eu me escuto, mas escuto várias vozes, tão perdidas que não reconheço qual a minha própria voz. Essa não é; essa é a da criança séria. Esse grito é do adulto desesperado e aquele murmúrio de conchavo, é a de falar mal dos outros. A minha voz grita pelos cantos.
Aqui não faz frio, não tem abraço ou chuva de verão. Tem uma luz no fim do túnel, que tento alcançar por tanto tempo que a medida do tempo já não pode ser medida. Sempre chego a um passo de distância, mas nunca chego ao passo final.
Por fora, família, amigos, conhecidos, milhões de pessoas e eu aqui, sozinho. Dentro de mim.
Não dói. Mas aperta. Tem catarse e vontade de se cobrir na cama. As vezes desorientação. Entre as vezes, deslucidez; ao mesmo tempo que contínuo sóbrio.
Mas no dia que segurar nos seus braços, olhar além das suas pálpebras fechadas, abrirei minha boca esperando você me salvar do meu próprio desespero, mas lembre-se, leve uma corda e amarre bem forte do lado de fora, para que nos dois fujamos desse Minotauro que me aprisiona.
Me ajude por favor. Me salve você. Eu, eu já não posso me encontrar.
Série dos Textos o B_Arco de Segunda. Se você encontrasse essa mensagem dentro de uma garrafa boiando pelos mares a dentro, você me salvaria?

25 de abril de 2010

Onomatopéia da Cuíca


Um quarto escuro. Silêncio funebre. Um corpo imóvel na cama.
A vida veio como uma pequena vibração na cama. Começou pelas costas, espalhou pelos dedos, explodiu na cabeça. Tum; tum; tum.
Tum, tum, tum, táratáratá e UuuoiiUuuoiiUuuoiiUuuoiiUuuoi.
O conjunto de sons aleatórios, aparentemente desencontrados, ganhava o coro de uma turba de mil vozes cantando em fora de tom uníssino marchinhas de carnaval. A banda passava animando todos na rua.
Todos o caralho!
Enquanto o homem sério estava lá; pegando a namorada que deixou as estrelas e o namorado em casa e o faroleiro filmava tudo, uma alma gemia ao som de pierrots e columbinas.
UuuoiiUuuoiiUuuoiiUuuoiiUuuoiiUuuoiiUuuoiiUuuoiiUuuoiiUuuoiiUuuoiiUuuoiiU
O Zezé invadiu seu quarto atráves do concreto o gritando na sua orelha. Não adiantou travesseiro, dedo ou as pilhas do controle da tv na orelha. A banda estava ali, tocando só para ele, dentro do seu quarto.
UuuoiiUuuoiiUuuoiiUuuoiiUuuoiiUuuoiiUuuoiiUuuoiiUuuoiiUuuoi
A Banda cantava alegria, os foliões a transformavam em bebedeira, prevaricação e briga! O residente xingava cada geração dos bardeneiros. Principalmente o criador da Cuíca. Esse merecia um capítulo dedicado.
UuuoiiUuuoiiUuuoiiUuuoiiUuuoiiUuuoiiUuuoiiUuuoi
 “Quem inventou estaaaa merda?”
“Porra de instrumento chato do caraleo.”
“E quem é o filho da puta que chega numa escola de samba e escolhe: Nossa, cuíca. É isso que eu quero tocar!”
“Tinha que cair uma bomba atômica em cima desses putos! Eu até vou pra merda junto, mas acaba meu sofrimento. Mas tem que ser atômica. Atômica não faz barulho!”
UuuoiiUuuoiiUuuoiiUuuoii
A tortura auditiva ultrapassou a enxaqueca e expandiu para as células; cada Uuuoii roncado vinha acompanhado de um lamuriante: Uuiiiii. Nem a unha do seu dedo mindinho do pé esquerdo escapou.
UuuoiiUuuoiiUuuoii
Logo ele que ficou em São Paulo no carnaval para aproveitar o silêncio da cidade considerada o túmulo do Samba. E agora o Samba tava lá, vivo, debaixo da sua janela , transformado ele num zumbi.
UuuoiiUuuoii
A múmia de lençois brancos, chegou ao seu limite. Nem precisou de saca-rolhas para abrir sua garrafa de Jack Daniels onde ficava escondido o Whisky sem marca, tomou duas doses duplas acompanhadas de três comprimidos de Metadona para forar o estômago, tirou as pilhas do ouvido, colocou sua camiseta florida e desceu os quatro andares pulandos os degraus da escada.
Uuuoii
Passava um grupo de bêbados atrasados balbuciando as marchinhas em volumes estratosferícos e um deles gritou: “espera que eu tô mijando porra”. Um catador colhia seus espólios do carnaval amassando ruidossamente latinhas de alumínio. Aquele UuuoiiUuuoiiUuuoiiUuuoiiUuuoii, já não alfinetava os ouvidos, até o surdo da banda já estava mudo. A banda não estava mais lá.
A enxaqueca voltou como uma Benzetacil mal aplicada na bunda, seria preciso uma anti-rábica para controlar a raiva e a única coisa que dançava na rua, era a veia na sua testa. O Corpo desperto, aparentando um Zumbi bebâdo que acabará de sair de um baile do Havaí, encheu o peito e gritou:
- Enfia a cuíca…
Inspirado na música "A Banda" de Chico Buarque. Textos da Série o B_Arco de Segunda.

13 de abril de 2010

Reescrevendo a Batata

Batatinha quando nasce,

Agricultor colhe do chão,

Vendida na feira,

Vira frita, purê, apodrece.

3 de abril de 2010

Na Rua


Me jogou com violência em cima do canteiro. Dobrava e apertava meu braço contra minhas costas. Sua outra mão abaixou minhas calças, suas unhas arranharam minha bunda. Chutou minhas pernas, assim como policiais fazem com suspeitos, para abri-las o máximo possível.
Cada vez que eu tentava reagir, mais ele apertava e entortava meu braço contra minhas costas. Senti seu pênis ereto forçando a entrada.
A dor. Que dor!
Ele jogou seu peso sobre mim, sua barba suja roçava meu pescoço. Seu hálito de cachaça e seu mau cheiro me deram ânsia. Por duas ou três vezes quase vomitei.
Não sei quanto tempo demorou tudo aquilo. Quando ele terminou, soltou seu peso sobre um corpo exausto de dor. Largou meu braço dormente deixando uma marca roxa dos seus dedos. Se levantou e foi. Só vi ele se afastando, pegando seus sacos de coisas sujas, não vi seu rosto. Não importava.
Demorei um pouco naquela posição até conseguir forças para me levantar, limpei sua baba da minha orelha, tirei grãos de arroz do meu pescoço. Fui para casa com pernas cambaleantes e porra escorrendo entre elas.
Não acreditava que aquilo tinha acontecido. Em casa cumprimentei minha esposa com um longo e demorado beijo.
- Isso no braço não foi nada. Um mendigo tentou me assaltar. Claro que ele se fodeu. Botei gostoso na bunda dele. Vou tomar um banho, tá?
Abri o chuveiro ao máximo e toquei uma punheta.

O tema da semana era um conto erótico, com o seguinte plot: Uma noite com o Mendigo.

31 de março de 2010

Falta Terminativa

Diferente da falta de ar que sentia na infância toda vez que via a Madalena jogando vôlei no colégio de shortinho e blusa apertada, que delineavam os seios recém desenvolvidos.

O aperto no peito muito mais forte do que quando o zagueiro do seu time foi bater o último pênalti da decisão da final do campeonato mundial.

Nem o caldo que tomou na praia de uma onda de quase 3 metros tirou tanto o seu fôlego.

Apertou muito mais sua garganta que o nó da gravata no dia do seu casamento.

Suas crises de asma não eram tão agudas.

Seu corpo balançava como um dançarino de break epilético, o rosto tão vermelho que faria uma Ferrari se esconder de vergonha e o ar ao redor insistia em não entrar em suas narinas.

Dizem que quando se está morrendo, a vida passa diante de seus olhos, porra nenhuma, a única coisa que via era a sua sombra debatendo de arrependimento.

Suas mãos agarraram a corda e o estilete que tinha no bolso cortou a corda, fazendo seu corpo cair como uma goiaba madura, quicando e rolando para o lado.

Não ter conseguido nem se matar, só aumentava a lista das suas inúmeras iniciativas e poucas terminativas, como em todas elas; criava para si mesmo outra desculpa:

- É que esse negócio de se enforcar dá uma falta de ar danada.

Mais um texto da Série o B_Arco. Tema: Enforcado agonizante.

29 de março de 2010

Textos da Série o B_Arco

O lugar era perfeito. O planejamento impecável. Todos perfilados lançavam olhares de canto uns para os outros, se preparavam, ansiosos pela autorização da largada. Faltava a ordem.

Ao sinal, saíram correndo como um bando desordenado de maratonistas, mas que logo adquire um tipo de ordem desordenada. Se atiravam contra a parede, atacando o oponente de forma a não deixar vítimas, a vitória viria a qualquer custo. A visibilidade era de dar inveja a cego e ar fresco era artigo de luxo que seus salários não permitiam comprar. A condição desumana de turnos incessantes de quase 24 por 7 parecia não influir em seu e mais um pedaço da parede se tornava pó.

Não tardou para que, o que antes sólido, tivesse a aparência de um queijo suíço, com a diferença que ali não estavam sendo feitos túneis. Para os trabalhadores não importava se passaria por ali um bando de turistas que ficariam horas em um congestionamento ou se seria uma nova linha do metro. O interesse era o final da jornada, a busca da outra extremidade, a ânsia de sair, ver a luz do sol ou sentir o frescor da noite.

Nessa busca desenfreada, uma brecha, pequena o suficiente para passar apenas uma gota d’água, foi aberta. O que era uma gota se tornou infiltração e de repente, como um gordo que pula no meio de uma piscina de plástico, água veio por todos os lados.

Alguns não perceberam e foram levados por um tsunami de água doce, outros se atropelaram correndo para chegar à entrada do túnel, a saída ainda não estava pronta. Nem os melhores nadadores escaparam.

Assim foram as chuvas em São Paulo, inundou as ruas, derrubou as árvores, levou todo o trabalho e os operários córrego abaixo.


Este texto tinha como propósito escrever um tema, sem delatar o que era. O tema era: Cupim.

19 de março de 2010

Série Textos do B_Arco

Começou segunda passada (15/03) a Oficina de Criação Literária no B_Arco (www.obarco.com.br). Como primeiro exercício, fomos incitados a criar o perfil de um outro aluno desconhecido. Abaixo o meu, escrito por meu colega.

Luiz Roberto nasceu em São Paulo em Junho de 1985. Irmão caçula de 3 filhos homens desde cedo se interessou por música e cinema. Seu sonho é escrever e dirigir cinema.Se formou na FAAp em ADM de empresas (mais para agradar ao pai, executivo do setor finaceiro). Vaidoso seu hobby preferido é fazer compras em Miami. São Paulino de Coração, sempre que pode acompanha o tricolor no Morumbi. Adora doces e luta para não ganhar peso. Foi gordinho na infância e não quer pasar novamente por isso. Tem 2 sonhos. De consumo: um Mini Cooper na garagem e a isabela, Ex-Colega de Faap que ainda namora o “bolha” do Alencar.
Por “Pai” Marlon –
www.twitter.com/docmarlon

Agora eu tenho que Matar Luiz Roberto em até 5 linhas.


Eu confesso, matei Luiz Roberto. Matei porque ele era um pulha. Assassinei por ser um enorme pé pisando no meu saco. Tirei sua vida porque me sufocava e me torturava. Luiz Roberto está morto, não foi por vingança, mas porque precisava ser livre e não sabia como fazer isso com ele vivo. Por isso matei Luiz Roberto. Hoje sou apenas Luiz, as vezes, Roberto. Eu matei Luiz Roberto.

28 de janeiro de 2009

Apertar a função soneca do despertador levantar para pegar um café acessar um site clicar num link acessar outro site ir tomar um copo d’água arrumar os arquivos do desktop fazer download de música apontar os lápis arrumar a mesa separar as canetas por cores e guardar os clipes limpar a gaveta e jogar papeis antigos fora. Respirar. Levantar tomar mais um café acessar um site entrar offline no msn olhar a lista de contatos não conversar com ninguém ir beber água voltar para pegar uma garrafinha acessar outro site clicar em outro link talvez “googlar” descobrir novos sites esquecer os novos sites tomar mais um gole d´água responder um scrap e desejar parabéns olhar a taxa do download da música fazer download filmes, colocar algumas vírgulas, folhear uma revista comer uma fruta ou uma barra de cereais repassar os contatos do msn continuar off line acessar o e-mail pessoal apagar os spams rever o mesmo site mais uma vez clicar num link diferente fazer uma ligação sair para o almoço pensar: “chega de procrastinação”.