28 de setembro de 2007

Na Hora dá um Aperto

Poucas situações podem ser tão constrangedoras no começo de relacionamento quanto uma vontade de ir ao banheiro. Naquela fase que o casal passa o primeiro final de semana juntos. Viaja. Passa o feriado na praia.

Todos têm que ir ao banheiro. Fato. Mas quando saber que a intimidade chegou ao ponto de: “Olha não entra ai dentro agora não que a coisa ta feia!” e o cônjuge achar aquilo a coisa mais natural do mundo. Existe uma data pré-determinada? Uma semana? Um mês? Quem sabe um ano? Talvez nunca?

Mesmo um xixizinho na primeira vez que o homem vai buscar a sua namorada (ou futura) em casa, ele tenta não fazer muito barulho, mira na louça para que o jato não caia direto n'água amenizando assim o som.

Agora o numero 2 é muito intimo. Para algumas mulheres, a constipação vira uma benção nesses finais de semana que passam com o namorado, seja na casa dele ou viajando. Ela nem sente vontade. Só faz em casa. Já o estomago do homem funciona como relógio. Às vezes como uma bomba-relógio.

É lógico que existem técnicas para disfarçar. A invariável desculpa do banho é a melhor forma. Basta abrir o chuveiro enquanto se lê o jornal tranquilamente, depois toma um belo banho demorado. Tudo para o bodum ir pelos ares.

Caso seja um daqueles finais de semana românticos, depois de dois dias segurando, a redenção está próxima e de repente a grata surpresa: companhia para tomar banho. A coisa aperta! Não tem jeito. Sorria.

Para completar o disfarce, escove os dentes depois. Escovar os dentes é sempre uma boa desculpa, principalmente quando a vontade bate de súbito depois do banho. Escove os dentes pela enésima vez no dia. Não importa. Diga que é algum tipo de obsessão e que só consegue escovar os dentes direito quando esta sozinho e trancado no banheiro.

Mas se nada adiantar, procure um fósforo. Que aliás é excelente para acabar com o cheiro da feijoada de quarta-feira, mas que deixa muito óbvio o que se estava fazendo dentro da casinha, a não ser que seja o caso de uma pessoa piromaníaca.

Se tudo falhar, resta o Bom-Ar. Como o fósforo, entrega muito fácil os reais acontecimentos e às vezes a mistura dos cheiros podem ter resultados desastrosos.

Agora mais importante: jamais esqueça de dar a escovadinha na louça no final. Se não tiver escovinha é hora de usar a imaginação. Fica por sua conta. Mas haja o que houver, jamais deixe vestígios do seu crime.

É lógico que muitas pessoas nunca pensam nisso e simplesmente vão ao banheiro. Casais abençoados. Mas a mais pura verdade é que se for para imaginar o conjugue no trono, que seja para ser um Monarca, não fazendo força.

20 de setembro de 2007

Adiando o Inevitável

A cena é comum: Médicos correndo ao lado da maca desesperados, uma enfermeira segura o soro e o amigo - inexplicavelmente escapou ileso da colisão do seu carro contra um trem de frente - ao lado vai falando: “você vai ficar bem, você vai ficar bem”. Bom pelo menos é assim que começa todos os episódios de E.R. (o famoso Plantão Médico) ou qualquer filme ou série sobre médicos.

Mas o contrário do amigo, que nunca pode entrar na sala de cirurgia, certa pessoa vestida de preto já aguarda o acidentado na sala de operação com o que aprece ser um sorriso no rosto.

Infelizmente, os médicos não estão ali para salvar mais uma vida. Eles estão adiando o encontro das pessoas com aquela senhora magra e pálida que anda apoiada em uma bengala bem grande e que está em quase todos os lugares.

É triste saber, mas esta é a única certeza que um ser vivo tem ao se aventurar saindo da barriga da mãe, da casca de um ovo ou simplesmente brotando da terra, que dentro de algumas horas, dias ou anos ele, não estará mais lá.

Não ter medo da morte, não significa ser estúpido. No Youtube está cheio de vídeos de pessoas que desafiam a Dona Morte e não tem amor à própria vida. É gente pulando de pára-quedas sem pára-quedas, gente casando, andando de bicicleta no parapeito de um prédio de 100 andares com um aquário e um peixinho dourado na cabeça – qual a culpa do peixe?

As únicas pessoas no mundo que realmente tem um bom motivo para querer encontrar logo seu fim são os homens bombas extremistas islâmicos. Trocar uma vida de privação total por 40 virgens no céu não parece uma troca tão injusta.

Mas fora esse grupo de pessoas – extremistas e idiotas - a grande maioria, ainda tem certo receio de atravessar essa linha. É o mesmo sentimento de mudar de emprego ou casar, você não sabe o que vai encontrar do outro lado. Também ninguém nunca voltou do além morte para dizer como é legal os anjos tocando gaitas ou como são fogosas as diabas. Os que voltam, ficam meio estranhos, ressabiados, as pessoas olham meio desconfiadas, mas insitem que é uma experiência única. Igual aos divorciados.

Chegar ao fim da jornada vida é tão inevitável como não resistir a mais uma Ruffles, dar um mergulho no mar num calor de 40 graus ou encher de carinho quem você ama.

O que importa não é adiar essa jornada, é aproveitar ao máximo o que ela tem a oferecer, seja mais um beijo, mais um gole, mais cinco minutos de sono, para que quando o final chegar, aquele um segundo que todos dizem que se passa diante dos olhos, dure muito mais que um segundo.

E já que não dá para evitar mesmo o fim, que pelo menos um analgésico da faça a curtição da vida ser com um pouquinho menos de dor.

14 de setembro de 2007

Diversões (Sem Sentido) Exclusivamente Masculinas - Parte 1

Mesmo com a compreensão entre os universos masculinos e femininos aumentando entre as partes, o banheiro do sexo oposto continuará sempre como um abismo de desconhecimento e um objeto da curiosidade.

Homens jamais saberão o que elas conversam lá dentro - uma convenção secreta entre as mulheres, como as maçonarias, não deve permitir revelar o teor para um homem. Duas mulheres podem se odiar, mas se tiverem apenas as duas à mesa, elas vão juntas ao banheiro.

Em compensação mulheres nunca saberão como o fato dos homens poderem urinar em pé, torna essa necessidade fisiológica em experiências realmente divertidas.

Naftalinas, buraquinhos e qualquer outro objeto dentro daquelas privadas penduradas na parede (os famosos mictórios) representam um momento de distração e diversão. Diversão levada a sério. Durante a Copa do Mundo de 2006, um canal de televisão a cabo especializado em esporte, desenvolveu uma pequena ação publicitária, que consistia em um pequeno plástico verde, equipado com uma trave e uma bolinha, para os homens ficarem ali aproveitando o tempo perdido fazendo seus golzinhos. Mas nenhuma diversão supera encontrar um mictório repleto de gelo.

E onde está a graça de fazer xixi no gelo?

Começa pelo fato de que, com certeza, derreter uma pedra de gelo é muito mais divertido do que ficar de cócoras, se equilibrando para não encostar-se à tampa do vaso durante o xixizinho básico.

Quando encontramos um mictório repleto de gelo, com pedrinhas pedindo para serem derretidas, o sorriso é quase involuntário. Aqueles próximos segundos serão realmente divertidos. Ficamos ali parados, nos aliviando, enquanto miramos na pedrinha e despejamos a cerveja nela até que ela derreta completamente e só depois de tê-la derretido por completo, que partimos para o próximo alvo a ser derretido. Dá até vontade de que o xixi não acabe tão rápido, só para dar tempo de derreter mais uma pedrinha.

Porque é divertido não tem explicação. Como o que as mulheres fazem juntas no banheiro também não. Será porque elas precisam de uma das outras para dar aquela ultima chacoalhadinha?

Agora com licença que vou ali derreter um gelinho.

6 de setembro de 2007

Onde Estão os Homens de Verdade?

Mulheres estão se perguntando: Por onde andam os homens de verdade?

A Metrosexualidade foi uma revolução nos padrões de comportamentos dos homens. Quando David Beckham assumiu o posto de Metrosexual Ícone –homens bateram no peito de mãos abertas, fechadas estraga as unhas, assumindo sua Metrosexualidade - vários deixaram o trabalho sujo e/ou doméstico para outros (homens, claro, encanadores gordos, fedidos e suados, por exemplo, não metrosexuais e muito provavelmente sem sexualidade nenhuma) para dedicar várias horas dos seus dias a fazer pealing, as sombracelhas e até as unhas. Para os mais corajosos: Depilação.

No começo as mulheres adoraram. Seria ótimo ter uma companhia masculina que entendesse que não se sai de casa com pochete na cintura. No começo.

Logo algumas sentiram na pele que de perna lisa na cama já bastam as dela, que os cremes do marido eram melhores e que a pia do banheiro não era tão grande para acomodar os seus cremes e os dele. E que barriguinha de chopp é mais sexy que um homem pedindo um prato de “green salad light”.

Acabou a graça. Voltaram a exigir o homemacho.

David Beckham deixou de ser lindo e passou ser olhado com desconfiança, cruzando o limite estabelecido até onde o homem pode ser metrosexual.

Adendo: Metrosexual não é gay, mas tem o aval para ser.

Os homens? Aqueles que assumiram seu lado vaidoso ficaram numa encruzilhada:
- De pelo, ela não gosta, mas se me depilo sou viado?
- Me chama de desleixado, mas se gosto de moda, tenho tendências para ser estilista?
O único dilema que divide as opiniões masculinas e metrosexuais – conversas sigilosas nos mais secretos círculos de amizade - é: Além dos atores pornôs, quem apara os pentelhos é gay?

O cara que chega de Kombi com macacão sujo e com unhas pintadas de graxa não é o campeão nas preferências. Tudo bem que alguns avançaram os limites aceitáveis e até chamam o seguro para trocar os pneus. De muita viadagem nem viado gosta.

Homem de verdade não significa: fedido. Exclamam! Mas também não pode ser muito cheiroso. Reclamam. Tem que ter pegada, às vezes até uma certa brutalidade, mas que entenda seus sentimentos. Sensibilidade, sabe? Barriga tanquinho não precisa, mas barrigão também não dá. Não dá mesmo.

Na verdade elas só querem um homem de verdade, seja lá quem for esse tal Homem de Verdade.