12 de dezembro de 2007

Importa, Não Importa?

Algumas dizem que não importa. Outras dizem que impressiona. As mais sinceras dizem que importa, e como. Mas para quem mais importa é para o próprio homem.

Como se vê no Discovery Channel, em todo grupo de animais selvagens existe uma competição entre os machos para saber quem será o líder do grupo. Com os humanos é igual, mas como a espécie humana evoluiu e não dá mais para sair batendo no mais fraco alheio e arrastar a mulher pelos cabelos - foi então que surgiu a conquista, as flores e os jantares - o homem estabeleceu critérios de competição com os outros machos para se sobresair e ser o líder da manada ou mulherada.

O critério escolhido foi o tamanho. Do carro, dos músculos, da conta bancária e principalmente “O” tamanho.

A competição do "Maior" começa ainda na escola, quando uma simples comparação do tipo “meu pirulito é maior que o seu” é motivo para choros e manhas.

Foram os caras que cresceram ouvindo isso na infância, que mesmo depois de adulto, não usam mictórios e preferem tomar banho na segurança solitária do seu chuveiro, mesmo depois de um jogo de futebol em um chiqueiro que alguns chamam de campo.

É lógico que nenhum homem admite que se importa com o tamanho da sombra alheia ao seu lado do mictório. Mas o tamanho dos seus pertences os deixa inseguros sim. Assistir a uma sessão de pornô, pode até significar depreção e cancelamento da viagem de lua de mel à África.

Para compensar essa frustração, alguns se matam de trabalhar para comprar carros importados e poder dar presentes caros na esperança de compensar o que Deus não lhe deu. Geralmente acaba se tornando um machista preconceituoso daqueles que dizem: “Mulher gosta de dinheiro, quem gosta de Peru é bicha!”.

Na outra ponta, os menos afortunados, porém avantajados, insinuam que eles estão tentando compensar alguma coisa. Já que estes não conseguiram atingir o sucesso profissional e de certa forma acabam por se sentindo menores que os outros.

Tudo uma questão de tamanho.

Mas existem aqueles abençoados por Deus e ricos por merecimento. Esse é o tipo de cara que usa o mictório e que poderia ter o melhor carro importado, mas não tem por opção, porque no fundo ele sabe que já tem tudo o que precisa.

O homem se importa tanto com o tamanho, alguns chegam a sair de casa na madrugada para comprar as bombas de aumento em sex-shops escusos nos horários mais obscuros, para não chamar atenção, achando que assim serão mais homem. Mas a preocupação dele não é pela mulher (ou parceiro, porque não?). É por ele. Para ele saber que aquilo que Deus lhe deu satisfaz sua mulher e que ela não fugir com o primeiro Afro-descendente que aparecer na rua ou que ela não vai entrar no primeiro carro importado que oferecer carona.

O que importa de verdade é habilidade do piloto em manusear seu equipamento P, M ou G, que ele tenha potência para subir e que sempre que requisitado tenha força para engatar a segunda, a terceira e por aí vai.

8 de novembro de 2007

Seu Voto é Muito Importante Para Mim

Uma Caçamba Roubou a Vaga

Para dirigir em São Paulo precisa ter muita paciência pra agüentar o pára, anda, pára, pára, pára mais um pouquinho, agora parece que vai andar, sobreviver aos motoqueiros e aos amendoins que matam, se tiver sorte, só a fome. Quem chega ao seu destino pode sentir-se aliviado por ter conseguido chegar ileso. Mal sabe que apenas chegou ao estágio dois.

Quem se sente extorquido pelas placas de “Estacione aqui – Manobrista – 15 reais” de quase todos os bares e restaurantes (sendo que já se esta indo gastar no local específicado) e quer ter o direito dele mesmo parar o carro na rua e não pagar para um manobrista o fazer, tem que tomar até Dramim para não ficar tonto com tantas voltas dadas no quarteirão que é preciso para encontrar um espaço não sujeito a atuação do SUM (Sistema Único de Multas – um dos poucos órgãos públicos que realmente funcionam). Mesmo os mais sortudos não estão livres do: “Cincão dotô, acerta antes, fico aqui até o dotô pagá, quer dizer até as 5 da manhã!”.

Depois de horas brincando de autorama na rua, ver um carro mal estacionado pode gerar um sentimento traduzido em “Ahh se eu estivesse dirigindo um trator!”. São os motoristas que sofrem da síndrome do caminhoneiro e conseguem estacionar seus carros, mesmo os menores como um Ka, de uma forma a ocupar de duas a três vagas de uma só vez. Nem a física consegue explicar como um corpo ocupa dois lugares ao mesmo tempo, imagina atrapalhar um terceiro.

Caçambas de Entulho são o desespero de qualquer motorista. Não respeitam a sinalização, atrapalham o trânsito e aparecem do nada, da noite para o dia, naquela vaga que sempre esteve a disposição, seja no happy hour ou na rua do trabalho. Já não basta disputar vagas com carros. Tem que disputar com aquele monte de ferro feito para ocupar entulho, entulho, ocupando uma vaga que deveria ser sua. SUA. Pior é quando deixam uma vaga entre a caçamba e o carro da frente. Tentar estacionar lá pode significar um amassado feio no carro e palavrões que as próximas cinco gerações do caçambeiro e do cidadão que parou o carro na frente irão ouvir.

Estacionamento de Shoppings foram construídos, para que depois de 15 minutos brincando de labirinto, o motorista mesmo se tocando que não é uma boa idéia ir ao shopping no feriado, tenha que pagar o valor mínimo. E nem adianta correr para aquele espaço vazio entre carros, ali já tem um carro, apenas menor que eles. Se realmente tiver um espaço é vaga exclusiva para deficiente. Seguir quem sai cheio de sacolas parece uma grande idéia, mas na verdade é perda de tempo. Todo mundo que sai do elevador de um shopping sai desorientado. Não adianta seguí-los, se estiverem no andar certo ótimo, na direção certa então é milagre. Fora à sensação que se tem de estar sempre 30 segundos atrasado para estacionar, já que o é o terceiro carro na sua frente que conseguiu uma vaga (suspiro).

Depois do motorista escapar ileso do trânsito, chegar com o carro sem arranhões e com os 2 retrovisores, é hora sentar e relaxar tomando uma cervejinha. Agora só falta achar uma vaga no bar.

26 de outubro de 2007

Leia. Mas vote.

Aperta o Botão que é Mais Fácil

Máquinas. Computadores. Sistemas. Criados para simplificar e ajudar as pessoas nas tarefas mais básicas do dia-a-dia, ficaram tão complicados que as pessoas desenvolveram uma nova crise existencial: Qual botão apertar?

Microondas cheio de funções e botões, indispensável na cozinha, mesmo que sua função verdadeira seja requentar os pratos cozinhados nos fornos e fogões tradicionais e fazer pipoca. Alguns até se aventuram a cozinhar brigadeiro. Fazer pipoca (se é que se pode levar o mérito de jogar o pacote lá dentro) requer alguma habilidade de manuseio da máquina. “Apertar o botão, girar o dial 3 vezes para esquerda, uma para direita e escolher a função pipoca: apertar o botão. Ao final é sempre bom colocar mais uns segundinhos para estourar todos os grãos.” E não importa se quem faz a pipoca vai assistir a um filme sozinho na sessão da tarde. É obrigação deglutir todo o pacote de pipoca que a tecnologia inventou para facilitar a vida.

Computadores ficaram tão inteligentes que corrigem qualquer erro. O exemplo básico é digitar qualquer coisa num buscador de internet, se ele não entende a palavra, ele escreve a mensagem: “você quis dizer?”. Resumindo, educadamente o computador acabou de te chamar de ignorante.

Tentar escrever uma palavra errada de propósito em editores de texto como o Word é um trabalho árduo. O programa corrige automaticamente tudo, para fazê-lo, é necessário entrar em opções, desabilitar o corretor automático e escrever a tal palavra. Depois fazer o processo inverso, óbvio, porque desde que o Word acentua as palavras corretamente, ninguém mais o faz.


Caixas eletrônicos possuem algum tipo de perversão secreta. Insira o cartão. Retire o cartão. Insira o cartão novamente. Insira o cartão e espere a mensagem para retirá-lo. É tanto entra e sai, que deve ser uma sensação orgástica para a máquina na hora que o dinheiro é liberado. Será que é só por isso que o dinheiro é liberado no final?

Tecnologia também vicia. Internet. Cafeteiras elétricas. Celulares.

Estes aparelhinhos então viciam mais que qualquer outra droga já inventada. Especialistas garantem, basta uma ligação para ficar preso a este aparelho e praticamente não sair de casa sem ele. O tempo máximo de abstinência que se pode passar com ele são duas horas, isso se estiver dentro do cinema. Foi criado apenas para facilitar a comunicação. Fazer ligações de qualquer lugar (o que ainda não é uma realidade, ele continua não funcionando quando realmente se precisa dele), facilitar o acesso à agenda telefônica, tê-la dentro do aparelho que faz a ligação. Genial não? Não. No caso de perda ou roubo, a sensação que fica é de vazio. Toda a vida social da pessoa some do seu alcance. A memória desaparece. É como as pessoas que se recuperaram do uso de drogas e não lembram de passagens da suas vidas. Ainda não há histórias de pessoas recuperadas do vício que este aparelho causa.

Usar a expressão: “tem café no bule” já não faz o mínimo sentido na vida eletrônica das grandes cidades. Esta em extinção, assim como utilizar coadores de pano para fazer um café – não, aquilo que sua vó usa para fazer café não é a meia velha do seu avô - aqueles ainda utilizados na cidade de Cabrobó do Judas, feitos sem energia elétrica no fogão a lenha que deixam um cheiro delicioso na casa inteira.

19 de outubro de 2007

Antes de Ler, Dê Aquela Votadinha Aqui

O Mundo em uma Telinha de Cristal

Fotos fascinam. Fotos imortalizam. Quando foram inventadas, pessoas tinham medo que suas almas ficassem presas para sempre no papel sépia. Tanto que alguns tiravam fotos dos seus mortos, como se ainda tivessem vivos, para que estes vivessem para sempre.

Os tempos mudaram. As pessoas perderam o medo de perder suas almas para o papel fotográfico, mas continuaram fascinadas por fotos. Álbuns de família, casamento, formatura, churrasco com a galera, Natal em família. Todo mundo se reunia para tirar fotos, filme era caro, revelação também. Durante as viagens, os turistas aproveitavam o passeio, então tiravam fotos.

Desde que as máquinas fotográficas digitais se popularizaram, muitas pessoas começaram a ver o mundo por uma tela de cristal líquido de 3 polegadas . O barulho do click, click, foi substituído por uma ampulhetinha e a palavra saving.

Durante as fotografagem vai tirando uma viagem. Qualquer coisa merece 103 fotos com todos os ângulos possíveis. Inclusive a famosa foto do Bloco do Eu Sozinho, que as pessoas tiram de si mesmas, com paisagem ao fundo – as preferidas dos casais. Depois de admirar o lugar pela tela de cristal, é hora mais um ponto “fotístico”.


- E lá era bonito?
- Não vi direito. Ainda não deu tempo de baixar no computador.

Voltar de viagem e reunir os amigos para mostrar as fotos em casa pra quê? Cria uma galeria na internet. Põe no Orkut com legenda: “Eu e minha gata pagando de patrão na Praia Grande”.

Expectativa para ver se a foto saiu boa não existe mais. Até as antigas Polaroid com revelação instantânea criavam certo mistério, até o papel secar e pegar cor. Hoje, não gostou, apaga e tira de novo. “Aí pisquei! To horrível. Gente, olha que papo. Tira outra.” E a maquininha lá: Flash, Saving... Flash, Saving... Imprimir as fotos? Manda por e-mail, quando muito, se já viu na telinha está de bom tamanho.


- Paguei uma fortuna nesta máquina aqui de 12 Mega Pixel. Diz que ficam bem melhor para imprimir do que as outras.
- Vai imprimir?
- Não. Vou ver no computador mesmo.
- Ahhh!

Espetáculos musicais também se renderam as máquinas digitais, depois da brilhante idéia de alguém, que descobriu que celular não é para fazer ligação, é para ver televisão, tirar foto e rodar Windows. Conseguir entrar em um show com uma máquina, era uma arte. Tinha que muquiar na cueca suja de 2 dias de fila e enfiar na mochila. Isqueiro no alto na baladinha romântica não existe mais. A luz no alto durante todo o show é dos flash e das telinhas filmando. É tanta luz que alguns músicos estão dispensando as luzes nos palcos. Seus fazem o serviço pra eles.


– Se o show foi bom? Não sei. Vou assistir agora no Youtube, responde o fã que gravou tudo.

A facilidade de divulgar filmes e fotos feitas por estas máquinas digitais também tornaram muito fácil de tornar uma pessoa popular. Geralmente por atos e poses comprometedoras. Qualquer coisa mais picante encontradas nos celulares e câmeras não gira na roda de amigos, tem download feito ao redor do mundo. Mas nem precisa se preocupar, as pessoas apagam da memória rapidinho, como as fotos do ex que não merece nem ir para o lixo e poluir o mundo, simplesmente apertam a tecla Delete.

15 de outubro de 2007

Voltando ao Mundo

Primeiro eu tenho que pedir desculpas pelo atraso na postagens e depois de duas semanas de atraso, postar para te pedir um favor. É por uma boa causa. Mesmo está causa sendo apenas minha.

Eu já realizei uma pequena volta ao mundo e agora surgiu a possibilidade de aumentar o número de bandeirinhas diferentes costuradas na minha mochila. Mas para isso eu preciso da sua ajuda, da ajuda dos seus amigos, da sua família, conhecidos e qualquer estranho que passar na rua.

Meses atrás eu me inscrevi numa promoção do biscoito Negresco, aquele que justifica tudo, com a revista Superinteressante – que aliás terá meu blog e meu depoimento na revista do mês - dará uma viagem de volta ao mundo para o vencedor. São diversas categorias e o meu blog está entre os 5 finalistas da categoria. Ficar entre os finalistas parar mim, será muito importante para as minhas pretensões futuras como escritor.

Para concorrer ao prêmio final, ele tem que ser o mais votado entre os 5 blogs, então vou pedir para você não deixar para votar mais tarde, que convenhamos, ninguém faz. Não custa nada, clique no link abaixo e vote. É só entrar no link e clicar no quadradinho “Crônicas de Elevador”. É simples, fácil e não precisa de cadastro. Aliás, se não for pedir muito, divulgue e vote várias vezes.

Não leve a mal minha campanha, mas fazer uma Viagem ao Redor do Mundo de graça também justifica tudo.

http://mundoestranho.abril.com.br/premiovoltaaomundo/finalistas/blog.shtml

Valeu pelo seu voto.
E até o final dessa semana tem crônica nova.

Mais crônicas de Elevador na net:
Comunidade Orkut:
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=39685218&refresh=1

28 de setembro de 2007

Na Hora dá um Aperto

Poucas situações podem ser tão constrangedoras no começo de relacionamento quanto uma vontade de ir ao banheiro. Naquela fase que o casal passa o primeiro final de semana juntos. Viaja. Passa o feriado na praia.

Todos têm que ir ao banheiro. Fato. Mas quando saber que a intimidade chegou ao ponto de: “Olha não entra ai dentro agora não que a coisa ta feia!” e o cônjuge achar aquilo a coisa mais natural do mundo. Existe uma data pré-determinada? Uma semana? Um mês? Quem sabe um ano? Talvez nunca?

Mesmo um xixizinho na primeira vez que o homem vai buscar a sua namorada (ou futura) em casa, ele tenta não fazer muito barulho, mira na louça para que o jato não caia direto n'água amenizando assim o som.

Agora o numero 2 é muito intimo. Para algumas mulheres, a constipação vira uma benção nesses finais de semana que passam com o namorado, seja na casa dele ou viajando. Ela nem sente vontade. Só faz em casa. Já o estomago do homem funciona como relógio. Às vezes como uma bomba-relógio.

É lógico que existem técnicas para disfarçar. A invariável desculpa do banho é a melhor forma. Basta abrir o chuveiro enquanto se lê o jornal tranquilamente, depois toma um belo banho demorado. Tudo para o bodum ir pelos ares.

Caso seja um daqueles finais de semana românticos, depois de dois dias segurando, a redenção está próxima e de repente a grata surpresa: companhia para tomar banho. A coisa aperta! Não tem jeito. Sorria.

Para completar o disfarce, escove os dentes depois. Escovar os dentes é sempre uma boa desculpa, principalmente quando a vontade bate de súbito depois do banho. Escove os dentes pela enésima vez no dia. Não importa. Diga que é algum tipo de obsessão e que só consegue escovar os dentes direito quando esta sozinho e trancado no banheiro.

Mas se nada adiantar, procure um fósforo. Que aliás é excelente para acabar com o cheiro da feijoada de quarta-feira, mas que deixa muito óbvio o que se estava fazendo dentro da casinha, a não ser que seja o caso de uma pessoa piromaníaca.

Se tudo falhar, resta o Bom-Ar. Como o fósforo, entrega muito fácil os reais acontecimentos e às vezes a mistura dos cheiros podem ter resultados desastrosos.

Agora mais importante: jamais esqueça de dar a escovadinha na louça no final. Se não tiver escovinha é hora de usar a imaginação. Fica por sua conta. Mas haja o que houver, jamais deixe vestígios do seu crime.

É lógico que muitas pessoas nunca pensam nisso e simplesmente vão ao banheiro. Casais abençoados. Mas a mais pura verdade é que se for para imaginar o conjugue no trono, que seja para ser um Monarca, não fazendo força.

20 de setembro de 2007

Adiando o Inevitável

A cena é comum: Médicos correndo ao lado da maca desesperados, uma enfermeira segura o soro e o amigo - inexplicavelmente escapou ileso da colisão do seu carro contra um trem de frente - ao lado vai falando: “você vai ficar bem, você vai ficar bem”. Bom pelo menos é assim que começa todos os episódios de E.R. (o famoso Plantão Médico) ou qualquer filme ou série sobre médicos.

Mas o contrário do amigo, que nunca pode entrar na sala de cirurgia, certa pessoa vestida de preto já aguarda o acidentado na sala de operação com o que aprece ser um sorriso no rosto.

Infelizmente, os médicos não estão ali para salvar mais uma vida. Eles estão adiando o encontro das pessoas com aquela senhora magra e pálida que anda apoiada em uma bengala bem grande e que está em quase todos os lugares.

É triste saber, mas esta é a única certeza que um ser vivo tem ao se aventurar saindo da barriga da mãe, da casca de um ovo ou simplesmente brotando da terra, que dentro de algumas horas, dias ou anos ele, não estará mais lá.

Não ter medo da morte, não significa ser estúpido. No Youtube está cheio de vídeos de pessoas que desafiam a Dona Morte e não tem amor à própria vida. É gente pulando de pára-quedas sem pára-quedas, gente casando, andando de bicicleta no parapeito de um prédio de 100 andares com um aquário e um peixinho dourado na cabeça – qual a culpa do peixe?

As únicas pessoas no mundo que realmente tem um bom motivo para querer encontrar logo seu fim são os homens bombas extremistas islâmicos. Trocar uma vida de privação total por 40 virgens no céu não parece uma troca tão injusta.

Mas fora esse grupo de pessoas – extremistas e idiotas - a grande maioria, ainda tem certo receio de atravessar essa linha. É o mesmo sentimento de mudar de emprego ou casar, você não sabe o que vai encontrar do outro lado. Também ninguém nunca voltou do além morte para dizer como é legal os anjos tocando gaitas ou como são fogosas as diabas. Os que voltam, ficam meio estranhos, ressabiados, as pessoas olham meio desconfiadas, mas insitem que é uma experiência única. Igual aos divorciados.

Chegar ao fim da jornada vida é tão inevitável como não resistir a mais uma Ruffles, dar um mergulho no mar num calor de 40 graus ou encher de carinho quem você ama.

O que importa não é adiar essa jornada, é aproveitar ao máximo o que ela tem a oferecer, seja mais um beijo, mais um gole, mais cinco minutos de sono, para que quando o final chegar, aquele um segundo que todos dizem que se passa diante dos olhos, dure muito mais que um segundo.

E já que não dá para evitar mesmo o fim, que pelo menos um analgésico da faça a curtição da vida ser com um pouquinho menos de dor.

14 de setembro de 2007

Diversões (Sem Sentido) Exclusivamente Masculinas - Parte 1

Mesmo com a compreensão entre os universos masculinos e femininos aumentando entre as partes, o banheiro do sexo oposto continuará sempre como um abismo de desconhecimento e um objeto da curiosidade.

Homens jamais saberão o que elas conversam lá dentro - uma convenção secreta entre as mulheres, como as maçonarias, não deve permitir revelar o teor para um homem. Duas mulheres podem se odiar, mas se tiverem apenas as duas à mesa, elas vão juntas ao banheiro.

Em compensação mulheres nunca saberão como o fato dos homens poderem urinar em pé, torna essa necessidade fisiológica em experiências realmente divertidas.

Naftalinas, buraquinhos e qualquer outro objeto dentro daquelas privadas penduradas na parede (os famosos mictórios) representam um momento de distração e diversão. Diversão levada a sério. Durante a Copa do Mundo de 2006, um canal de televisão a cabo especializado em esporte, desenvolveu uma pequena ação publicitária, que consistia em um pequeno plástico verde, equipado com uma trave e uma bolinha, para os homens ficarem ali aproveitando o tempo perdido fazendo seus golzinhos. Mas nenhuma diversão supera encontrar um mictório repleto de gelo.

E onde está a graça de fazer xixi no gelo?

Começa pelo fato de que, com certeza, derreter uma pedra de gelo é muito mais divertido do que ficar de cócoras, se equilibrando para não encostar-se à tampa do vaso durante o xixizinho básico.

Quando encontramos um mictório repleto de gelo, com pedrinhas pedindo para serem derretidas, o sorriso é quase involuntário. Aqueles próximos segundos serão realmente divertidos. Ficamos ali parados, nos aliviando, enquanto miramos na pedrinha e despejamos a cerveja nela até que ela derreta completamente e só depois de tê-la derretido por completo, que partimos para o próximo alvo a ser derretido. Dá até vontade de que o xixi não acabe tão rápido, só para dar tempo de derreter mais uma pedrinha.

Porque é divertido não tem explicação. Como o que as mulheres fazem juntas no banheiro também não. Será porque elas precisam de uma das outras para dar aquela ultima chacoalhadinha?

Agora com licença que vou ali derreter um gelinho.

6 de setembro de 2007

Onde Estão os Homens de Verdade?

Mulheres estão se perguntando: Por onde andam os homens de verdade?

A Metrosexualidade foi uma revolução nos padrões de comportamentos dos homens. Quando David Beckham assumiu o posto de Metrosexual Ícone –homens bateram no peito de mãos abertas, fechadas estraga as unhas, assumindo sua Metrosexualidade - vários deixaram o trabalho sujo e/ou doméstico para outros (homens, claro, encanadores gordos, fedidos e suados, por exemplo, não metrosexuais e muito provavelmente sem sexualidade nenhuma) para dedicar várias horas dos seus dias a fazer pealing, as sombracelhas e até as unhas. Para os mais corajosos: Depilação.

No começo as mulheres adoraram. Seria ótimo ter uma companhia masculina que entendesse que não se sai de casa com pochete na cintura. No começo.

Logo algumas sentiram na pele que de perna lisa na cama já bastam as dela, que os cremes do marido eram melhores e que a pia do banheiro não era tão grande para acomodar os seus cremes e os dele. E que barriguinha de chopp é mais sexy que um homem pedindo um prato de “green salad light”.

Acabou a graça. Voltaram a exigir o homemacho.

David Beckham deixou de ser lindo e passou ser olhado com desconfiança, cruzando o limite estabelecido até onde o homem pode ser metrosexual.

Adendo: Metrosexual não é gay, mas tem o aval para ser.

Os homens? Aqueles que assumiram seu lado vaidoso ficaram numa encruzilhada:
- De pelo, ela não gosta, mas se me depilo sou viado?
- Me chama de desleixado, mas se gosto de moda, tenho tendências para ser estilista?
O único dilema que divide as opiniões masculinas e metrosexuais – conversas sigilosas nos mais secretos círculos de amizade - é: Além dos atores pornôs, quem apara os pentelhos é gay?

O cara que chega de Kombi com macacão sujo e com unhas pintadas de graxa não é o campeão nas preferências. Tudo bem que alguns avançaram os limites aceitáveis e até chamam o seguro para trocar os pneus. De muita viadagem nem viado gosta.

Homem de verdade não significa: fedido. Exclamam! Mas também não pode ser muito cheiroso. Reclamam. Tem que ter pegada, às vezes até uma certa brutalidade, mas que entenda seus sentimentos. Sensibilidade, sabe? Barriga tanquinho não precisa, mas barrigão também não dá. Não dá mesmo.

Na verdade elas só querem um homem de verdade, seja lá quem for esse tal Homem de Verdade.

29 de agosto de 2007

Sem Crachá Não dá Para Almoçar

É mais fácil enfrentar o trânsito para a Praia Grande no feriadão do que almoçar em locais próximos a grandes empreendimentos comerciais ou área com concentrações de grandes empresas.

São manadas de funcionários, liberados todos ao mesmo tempo, que invadem os restaurantes da região como uma turba faminta ostentando seus crachás nos pescoços. Nem bem chegam e começam a espalhar seus identificadores com cordinhas coloridas sobre as mesas, como pichação de gangues rivais, disputando a maior mesa do estabelecimento, para que todos os coleguinhas sentem-se juntos, mesmo que, quem senta numa ponta mal e mal enxergue a pessoa da outra ponta.

Território marcado, marcham todos juntos para o buffet se empilhando como os pratos usados para se servir. A fila é tão grande e às vezes demora tanto, que o arroz colocado no prato já esfriou quando chega ao réchaud do feijão.

Enquanto isso, quem não está incluído no grupo: “Sim, nós temos crachás” vai criando varizes nas pernas na espera por uma mesa vaga, mesmo que em sua grande maioria, estas estejam sendo guardadas apenas por fotos 3x4 impressas em plástico branco. Como sentar no chão não é opção sob o risco de ser esmagado pela volta da faminta manada, resta se conformar e esperar com a bandeja na mão, ver a carne no prato emborrachar de tão fria, testemunhar o milagre do refrigerante que virou chá e a sobremesa, outra hora deliciosa, se transformar num pote com uma substância amorfa não muito apetitosa.

Depois de ter o estômago auto-digerido de tanta fome, mas finalmente ter conseguido uma mesa para degustar aquilo que um dia esteve dentro do prazo de validade, têm que enfrentar o mesmo grupo na fila do caixa, com a diferença que agora seus rostos estão um pouco mais inchados do que os crachás pendurados no pescoço retratam. São dezenas de pessoas passando seus VRs, cartões de débito e demorando horas para decidir que chocolates levarão.

Como jogar os crachás no chão e arrumar confusão não é uma boa opção por se estar em menor numero, o esquema é se incluir num grupo desses. Para isso nem é preciso mudar de emprego, basta criar um crachá pessoal, que servirá não para entrar na empresa em que trabalha, mas para reservar uma mesa. Afinal quem não tem crachá não senta. Ou senta?

20 de agosto de 2007

Rachando o Motel

A sociedade é cheia de paradigmas principalmente no relacionamento entre e homens e mulheres. Alguns já são considerados ultrapassados e tornaram-se cada vez mais normal no dia-a-dia. Os homens já aceitam dividir as tarefas do lar, enquanto as mulheres acham natural dividir as contas de restaurantes, das baladas, todas as contas, digo, quase todas, porque as horas de diversão orgástica no Motel, a maioria das mulheres ainda se recusa a pagar.

O que é um tanto quanto injusto, já que em 90% dos casos, o esforço maior ainda é do homem. Primeiro que, para levar a mulher até o portão do melhor parque de diversões do mundo já inventado, tem que no mínimo, pelo fator INC (Impressiono ou Não Como), levar para jantar, ser gentil, demonstrar ser inteligente e no final, obviamente, pagar a conta.

No quarto volta à questão do esforço, principalmente se é a primeira vez juntos, a pressão psicológica é enorme: “Não tem jeito, agora eu tenho que agüentar às 4 horas de pé para provar que eu sou bom! Humm, acho que eu não vou conseguir dar a terceira, vou mentir e dizer que acabou a camisinha? Oh meu Deus! Agora não! Agora não. Pensa na tia velha tomando banho gelado, pensa, pensa...”. Quatro horas depois de trabalho duro, o cidadão ainda tem que pagar a conta e levar a mulher para casa. Esforço nem todas as vezes bem recompensado.

Dilemas masculinos a parte, algumas mulheres argumentam que se recusam a rachar a conta do Motel alegando que já está dando e o cara se divertindo. E ela? Não se diverte? Não goza? Nem mesmo quando é uma daquelas homéricas capazes de deixar o Marques de Sade com vergonha e o Kama Sutra só servindo para peso de papel, onde os dois parecem ter acabado de ter atravessado o Saara correndo, a mulher não se diverte?

E se os papéis se inverterem e o cara começar a pensar: - Porra, eu já to fazendo o favor de comer ela, ainda tenho que pagar o Motel?

Quando é um daqueles raros casos das mulheres que não são muito chegadas a sexo - um fenômeno menos raro apenas que aquele das mulheres que não gostam de chocolates – que ela faz só para agradar o parceiro ou quando o cara é ruim de cama o suficiente para não conseguir se segurar mais do que 30 segundos e logo depois cair no sono, passa a ser obrigação do Senhor Precoce pagar a conta. Porque pagar pelo melhor lugar e receber o de meia-entrada não vale o investimento. Neste caso nem dá para se distrair assistindo a TV do Motel, já que o que passa ali não serve para nada se o parceiro já está roncando. Quando a situação se inverte: O cara espera horas para passear na montanha-russa e chega na hora H ganha uma volta no carrossel, não seria justo se a senhorita Estrela-do-Mar pagasse por essa conta?

Mas como todos os outros paradigmas, este também já não é regra. Algumas mulheres se sentem poderosas por pagarem à conta mesmo na primeira noite. “Querido você foi fantástico hoje, deixa que eu pago, você merece!” - tecla SAP - “Foi bom, mas eu sou muito bem resolvida e quando eu precisar te ligo, OK?”, mas o ego do homem não o deixa ouvir isso.

Que fique claro: Não é questão de dinheiro! Rachar a conta do Motel é apenas uma forma de demonstrar que os dois estão curtindo e se curtindo. Mesmo porque, na verdade, dentro do quarto de Motel não importa quem está por cima ou por baixo ou se a conta será rachada ou não, desde que o que saia rachado do Motel, seja a parede.

3 de julho de 2007

A Melhor Parte Está No Fim.

Um engenheiro constrói um prédio para chegar ao fim.
Viajamos horas para chegar a um destino.
Um jogador de futebol espera quatro anos para chegar a uma final de Copa do Mundo.
As pessoas fazem sexo para gozar.
Por que o melhor fica para o fim.

O fim é que faz todas as outras partes terem valido a pena. O começo te deixa em chamas. O durante libera os instintos animais. Mas é o final que leva as estrelas. Afinal gozar é a melhor parte. E essa metáfora é válida para todas as partes da vida.

Mesmo nos filmes é o final que dá o tom. É a última cena que deixa a sensação de “bom filme” ou “que bosta de filme”. Não adianta fazer um grande filme se o final decepcionar. É como ter ótimas preliminares, um durante fantástico (de deixar o escritor do Kama Sutra envergonhado) e não gozar. Vale a pena? Óbvio. Mas fica a sensação: poderia ter sido melhor.

Quem acompanha novela não perde o último capítulo, mesmo sabendo o final desde o primeiro capítulo, porque é justamente no final que está a melhor parte.

Ninguém acompanha novela para não assistir o último capitulo.
Nenhum engenheiro constrói um prédio para deixar pela metade.
Nenhum maratonista começa uma maratona almejando correr só 21 km.
Até namoro começa pra chegar ao fim: casamento.
Assim como ninguém faz sexo não querendo gozar.
Porque a melhor parte a gente sempre deixa para o final.

É claro que existem as exceções: como as caixas de bombons surpresa. Os piores ficam para o fim. Geralmente os de banana, coco queimado ou marshmallow.

Tudo é começado para um dia chegar ao fim, assim como a vida. Talvez o fim dela seja a melhor parte, mas é o durante que faz o fim dela realmente valer a pena. Igual ao sexo.

22 de junho de 2007

Que Coisa.

O que é uma “Coisa”?

Coisa pode ser muitas coisas. Pode ser um objeto, pode ser uma ação. Pode ser coisa nenhuma.

Coisa pode representar uma vontade, aquele impulso de mator o tédio de domingo sem saber ao certo o que se fazer: “Que vontade de fazer alguma Coisa!”.

Naquele momento, Coisa ainda é coisa nenhuma. Mas em breve, a Coisa, que ainda não tem forma, irá se tornar alguma Coisa a partir do momento que as pessoas estiverem fazendo alguma coisa.

Fato engraçado é que quem sai de casa para fazer alguma Coisa não percebe que já começou a fazer alguma coisa pelo simples fato de ter saído de casa, neste caso a coisa que ele fez, foi sair de casa.

As vezes é adjetivo. “Ele é uma coisa!” confidência para amiga a menina que na verdade está dizendo que o cara é muito bom de cama. Se uma menina passa perto de um grupo de homens e alguém comenta “Olha que coisinha” está chamando de gostosa mesmo. Mas Coisa pode ser usada para definir algo amórfico “ Que coisa horrível”. Não foi à toa que o SBT fez muito sucesso com o filme “A Coisa”.

Coisa também pode ser uma sensação. Pessoas começam a olhar diferente, falam baixinho pelos cantos. Todos sentem que tem alguma Coisa no ar. Mas ninguém sabe ao certo o que está acontecendo. Fica só a sensação de que realmente tem alguma Coisa acontecendo e todos garantem que não foram eles.

E quando perguntam; "E aí? Vamos fazer alguma coisa hoje?".

Mas a vontade é de ficar em casa sem fazer coisa nenhuma, sem querer dar satisfação a ninguém, muito menos para aquele erro que aconteceu depois do terceiro chopp e agora não desgruda do seu sapato. A melhor coisa a se responder é:

- Hoje não dá. Tenho que fazer umas coisas.

Perfeito. Uma coisa anulou a outra. Ninguém irá ficar insistindo, afinal já existe um compromisso, alguma coisa para fazer.

Melhor que nem mentira é. É a mais pura verdade. O que será feito no período após a resposta ainda não foi definido, ou seja, a pessoa pode ficar em casa fazendo coisa nenhuma que em nenhum momento mentiu. Afinal ela está fazendo alguma Coisa.

Coisa é a coisa mais perfeita que já inventaram. Talvez seja a melhor explicação para definir Deus, porque Coisa é tudo e pode ser nada.

Agora que você já terminou de ler essa coisa, volte a fazer suas coisas que eu vou voltar a fazer as minhas.

5 de junho de 2007

Barulhinho Nada Bom

Alguns objetos só podem ter sido desenvolvidos para fazer barulho, causar constrangimento, aborrecimento ou os dois.

Os bombons do tipo Sonho de Valsa, por exemplo, tem um som tão irritante e caractéristico que até seus concorrentes compram as embalagens no mesmo fornecedor para igualar o barulhinho que eles fazem na hora de abrir. Uma delícia para quem abre. Terror para quem ouve. Principalmente no cinema. O "Cidadão", no momento de mais tensão do filme, resolve suprir sua necessidade de glicose, mas para não incomodar os outros espectadores, tenta abrir o chocolate discretamente: ssccchhhrechhhttt. Pára. Tenta mais um pouquinho, assim, bem devagarinho: sssschhhrrreeeeechhhhttt. Sem o mínimo do bom senso a pessoa continua o processo e não percebe que essa demora só está aumentando a aflição dos presentes. Dá vontade de gritar: "Abre logo esta Merda!".

O incômodo com o barulho da embalagem dos bombons tipo Sonho de Valsa é tão grande que já foi até objeto de estudo (de suma importância para a vida na Terra), realizada por alguma universidade no mundo. Depois de muito estudo e pesquisas cientifícas (?), chegou-se a brilhante conclusão que é impossível abrir esse tipo de embalagens sem fazer barulho. Os cinemas concernados com esta descoberta e preocupados com o bem estar de seus clientes já estão re-editando seus avisos antes dos filmes: "Por favor desliguem seus pagers, celulares e não abram seus Sonhos de Valsa".

O que nos leva as gôndolas de preservativos.

Comprar camisinha já é um ato um tanto quanto desconfortante. Até o caixa da farmácia sempre dá aquele risinho de canto de boca. Parece que está se anunciando: "Saindo daqui vou dar uma, hein!". Todo mundo faz sexo (até os padres?) mas ninguém precisa saber quando. O que ainda pode gerar uma idéia errada de quem está comprando, porque na verdade a intenção do comprador é: "Tomara que eu me dê bem hoje na balada porque sozinho eu não aguento mais".

E o simples fato de ter esse objeto no bolso pode estragar tudo. Já que o tradicional "screschhthth" vindo do bolso pode gerar uma resposta que veio sem indagação: "Que tipo de pessoa você acha que eu sou?". Até ia rolar, mas o anúncio das verdadeiras intenções antes do tempo estraga tudo.

As empresas deveriam criar uma nova camisinha, na versão discreta, viria até com slogan: "Camisinhas Silensex. Pacotes silenciosos para não integrar suas reais intenções no primeiro encontro" ou ainda "Preservativo Silensex. Porque quem tem que gemer é você, não a embalagem".

O que pode nos levar a refletir que as embalagens de Sonho de Valsa e de Preservativo só podem ser feitas do mesmo material! Não é a toa que existe camisinha sabor chocolate.

16 de abril de 2007

Caridade Nossa de Cada Dia.

Existem inúmeros tipos de caridade. A esmola dada no farol pelo show de malabarismo com limões do seu sobrinho que não é filho do seu irmão ou da sua irmã, a cesta básica, meu salário, a ligação da poltrona e o beijo dado numa pessoa mais feia que você.

Sim, caridade. Porque beijar alguém mais feio é uma boa ação.

Para identificar se alguém está fazendo caridade, basta instituir uma escala arbitrária de beleza. Pode ser o padrão Qual shopping dá para passear de mãos dadas ou uma simples escala de 1 a 10. Depois é só encaixar cada ser humano dentro dessa linha de beleza e fazer a comparação.

Exemplificando:
A Mulher M é nota 8, na balada, por motivos obscuros (e nunca claro o suficiente) ela fica com um Cara H nota 4. Está feita a boa ação dela (se ela for para cama com ele, então é céu direto).

Porque boa ação? Porque o cidadão nota 4 vai contar para todos os amigos que ficou com uma menina muito gata e vai para casa mais feliz. Ou seja, ela deu para ele o que talvez ele nunca tivesse. E dar para alguém algo que não teria é boa ação e boa ação é caridade.

Até para quem beijou, no caso M, é melhor pensar como caridade do que tentar justificar o injustificável para as amigas (e a si própria) e dizer que H era “simpático” ou “gente fina” ou “engraçado”. Porque caridade faz bem para alma.

Resumindo, beijar alguém mais feio é fazer a vida de alguém melhor. Dá até para lançar campanha: “Faça sua boa ação hoje. Beije um feinho”.

A partir de agora se encaixe na tabela e não se culpe ao beijar alguém mais feio. Diga aos seus amigos que você é uma pessoa altruísta, que gosta de fazer o próximo feliz. Mesmo, porque alguém, algum dia, ainda fará caridade com você.

10 de abril de 2007

Cuidado. Não Siga as Placas.

Já fizeram pesquisa de quanto tempo de nossas vidas passamos dormindo, comendo e até transando (sortudos participantes), mas ninguém nunca se preocupou com quanto tempo ficamos trancafiados no carro seguindo placas. É, placas de trânsito. Nos congestionamentos, nas viagens ou quando estamos perdidos.

Quando estamos perdidos, geralmente elas não costumam ajudar muito. As micro-placas em cima das placas com nomes de rua informando com uma setinha onde fica o Carrefour mais próximo são muito mais úteis.

Nas estradas federais as placas são artigos de raros de diversão, por exemplo, pode-se brincar de “adivinha” com as que estão escondidas atrás do mato. A resposta vem sempre na próxima curva com um carro batido ou um caminhão que desceu a ribanceira. Dizia: Cuidado. Curva perigosa a frente.

Outra diz - Trecho com alto índice de acidentes – Mas não existe uma placa que diz: Fim do trecho com alto índice de acidentes. É mais fácil usar a sinceridade para convencer o motorista a ir mais devagar e ser cauteloso como a que informa: Cuidado. Perigo de morte. Mais prática e não é preciso dirigir até o final do trecho de acidentes, se chegou ao fim, é porque a placa cumpriu sua função.

Talvez seja nesse contexto que aquela que informa Mudança de Sentido faça algum sentido. O cara que morreu mudou realmente sentido, ele estava indo em frente agora está indo para cima, ou para baixo (quem sabe?). Ou essas placa tem alguma mensagem subliminar que deixa as pessoas mais felizes e elas descobrem um novo sentido na vida?

E porque a nossa placa de: Cuidado. Animais na pista é um veadinho saltitante? Nós não temos Bambis nas nossas matas, alguns dizem que tem nos estádios, mas nas nossas matas predominam os lobos, as capivaras e até as jaguatiricas, mas, não os veadinhos saltitantes das placas. Nas ruas virá e meche tem um viado atropelado, mas nunca um veado.

Nas marginais em São Paulo às placas são um capitulo a parte. No horário do rush todo mundo respeita a placa de Velocidade Máxima. O respeito é tão grande que ninguém nem anda. Ficam todos lá, paradões. Mas é ai que surge o outro problema, estão infringindo a placa de Proibido Parar. Isso mostra como a CET é burra. Ela cumpriria a meta diária de multas muito mais rápido deixasse um marronzinho anotando as placas dos carros que pararem em baixo da placa. Multa rotativa: 1 carro por minuto. Às vezes 1 carro a cada 5 minutos. Depende do trânsito.

Agora os shoppings centers deveriam ser processados por propaganda enganosa. Ao entrar no estacionamento criam à esperança que a sua experiência rodando no estacionamento por horas vai durar segundos, bastando seguir as placas de Vagas. Mentira. Tudo mentira. Não importa o quão cedo você chegou às vagas já estarão tomadas e o cinema começará antes de uma vaga desocupar. Se as placas informassem - Vagas Ocupadas. Seja paciente e fique rodando – seria mais honesto.

Então pense, dá próxima vez que for tirar o carro da garagem talvez você devesse seguir o conselho de uma dessas infinidades de placa e fazer o Retorno.

4 de abril de 2007

Quer água de que sabor?

Deus esqueceu o aquecedor ligado e deixou as janelas fechadas. As pessoas andam na rua parecendo torradas pulando da torradeira. Derreto como um cubo de gelo dentro do meu carro. São Paulo virou o Saara.

De repente: um Oásis! Uma geladeira cheia de garrafinhas de água!

Estaciono meu carro, que contrário dos camelos, não passa um dia sem beber (não posso reclamar, puxou o dono).

Abro a geladeira, o ar gelado que dela sai me faz sentir a água hidratando meus poros, matando minha sede! Estico minha mão, mas peraí, não tem água!
Quer dizer, tem, mas não tem. Aquela sem gosto, sem cor e sem cheiro não.
Tem água com gosto, cor, cheiro, marca tipo calórico. Daqui a pouco vão inventar só água em Pó – Pronta para consumo, basta adicionar água! Vai acabar com a sede no nordeste.

Fico indeciso.

“Hoje vou tomar água com gás ou sem gás?”

Sem gás! – Me decido, eu acho?

Com sabor ou sem? – Mais essa?

Se for “sem sabor” experimento a água que brota das fontes termais do Jalapão ou à aditivada com minerais hidratantes extraídos dos calcários rochosos das montanhas da Ilha de Java? Quem sabe água virgem das montanhas de gelo dos Alpes Suíços que derretem direto dentro da garrafa? Dizem que levam anos de gota em gota pra encher uma garrafinha de 500ml.

Mas eu acho que hoje minha sede está pedindo sabor – isso porque até segundos atrás minha sede pedia água. Pura. Incolor e inodora, apenas gelada. Muito gelada.

Será que eu fico com a já tradicional água sabor limão (sabor tradicional de água deveria ser “Sem Gosto”) ou experimento essa com suave sabor dos Morangos Silvestres da costa de Papoa Nova Guyné? Mas e a de Jabuticaba-Selvagem da caatinga nordestina com toque de pequi? Melhor, talvez essa de Laranja cítrica com essência de Orquídeas albinas do centro-oeste asiático?

Sabia que nesse calor estava tendo alucinações e o Oásis não passava de miragem. Ali tinha tudo, menos água.

Desisto.

Pego uma Coca-Cola. De um jeito ou de outro é água com gosto artificial.

26 de março de 2007

Brincando de Estrela-do-Mar

Homens broxam, é verdade. Às vezes é porque o cara comeu ou bebeu demais. Às vezes nervosismo ou stress. Até impotência mesmo. Mas eles também broxam por causa das Estrelas-do-Mar.

Sim, aquele tipo de mulher que deita na cama, abre as pernas, os braços e fica lá, paradona como uma Estrela-do-mar.

O cara está lá se esforçando para dar umazinha (homens nesse ponto sempre estão tentando), depois de 15 minutos de amassos (dele) as mãos dela continua paradas, o cara consegue tirar a blusa dela. Mais alguns minutos (segundos na verdade), vai também à calça, o sutiã e a calcinha. Daí é que o cara se dá conta, que ele ainda está vestido. Nem o cinto foi desafivelado. O cara é brasileiro e não desiste nunca (esse é outro ponto que os homens não desistem nunca), então ele próprio faz o serviço. Se despe sozinho - se for consciente lembra de tirar as meias - e ela lá paradona, deitada na cama, esperando a maré, no caso o mané.

Mais uns beijinhos e a mulher deitada brincando de estrela-do-Mar à espera da maré para ver se ela vai para esquerda ou para direita.


Chega o momento crucial: A camisinha! A bendita camisinha, o agente broxante número 1 do mercado. É nessa hora que o homem mais precisa de estímulo, ou pelo menos precisa estar estimulado.

Para tudo.

Levanta. Procura a camisinha na gaveta ou bolso. Abre a embalagem, que nem sempre facilita. Abre o pacote, prepara, aponta e: Broxa!

Broxou não tem mais volta. Mesmo que depois o cara se redima, o estigma da broxada está lá, com direito as sábias palavras femininas: “Isso acontece com qualquer homem”.

Numa hora dessas, a resposta deveria ser:
“Se você já tem experiência com isso, de quem é a culpa?”

No mar cheio de peixes não tem jeito, uma hora vem na rede uma estrela-do-mar. Mas para quem sabe cozinhar, mesmo as iguarias mais difíceis podem se tornar pratos deliciosos.

20 de março de 2007

Destino: Viagem

Primeira Marcha.

Toda viagem começa com um destino final. No carro a 120 km/h descobre-se que certas músicas só deveriam ser tocadas na estrada. Serem a trilha sonora da vida. Vida que pulsa colorida do lado de fora dos vidros escuros e fechados no ar condicionado.

Segunda Marcha.

O mundo ao redor muda cada vez mais rápido. Muda-se de Brasil a cada quilômetro. Cidades cruzam rodovias: três casas de cada lado da estrada, o bar da esquina e uma oficina mecânica que conserta tudo. Mais nada. No batente da estrada aonde o tempo não chegou, pessoas sentadas na porta vêem os caminhões passar correndo com os últimos lançamentos tecnológicos, tentando chegar ao o seu destino antes de tudo fique obsoleto. Mas ali, onde som surround é a apenas escapamento de caminhão, iPods e MP3s não são parte integrantes da vida. Ali o tempo não tem pressa. Ali a vida nunca fica obsoleta.

Terceira Marcha.

A noite uma estrela diferente brilha na estrada. Uma estrela de luz avermelhada guia os caminhos solitários dos homens confinados na boléia, que apesar de terem a sorte de conhecer o mundo sem sair de casa, é no abraço quente de uma que eles se sentem em casa.

Quarta Marcha.

O dia amanhece depois de quilômetros sem casa, povoados ou cidades. Mas como frutas em árvores, pessoas brotam na estrada. Vagando sem rumo aparente vindo de uma cidade chamada Lugar Nenhum. Aparecem caminhando diante do pára-brisa e somem do retrovisor no mesmo passo determinado. Para elas o caminho é mais demorado, mas o tempo, mais generoso.

Quinta marcha.

E mais um mosquito desavisado é atropelado ao atravessar a estrada sem olhar para o lado. A água no vidro e o limpador de pára-brisa apenas limpam a visão porque a viagem é a meta, o destino apenas à chegada.

Na estrada da vida não existe marcha a ré.

5 de março de 2007

O Eu de Cada Dia

Ontem fez exatamente 1 ano que eu fui.

Fui viver um pouco mais do que eu tinha vivido até aquele ano.

Fui porque a única certeza é que morremos só uma vez.

Fui porque sei que podemos viver várias vidas vivendo uma só.

Fui porque cansei de esperar a vida.

Fui porque quis fazer parte da vida.

Fui fazer um sonho a menos.
Fui fazer de um sonho realização. Fui construir sonhos a mais.

Fui conhecer novas pessoas, novos países.

Conheci Eu.

Um novo Eu.

Diferente daquele Eu que ficou há exato um ano.


Hoje penso que o Eu de ontem deveria ter deixado uma carta para o Eu de hoje: Repleta de perguntas e expectativas. Sonhos e desejos. O que você vai fazer? O que você vai conhecer? Quem você vai ser?

Hoje Eu abriria está carta e não teria metade dessas respostas, porque o Eu de hoje não sabe o que o Eu de amanhã vai fazer.

Tenho pena do Eu que não foi.

Mas tenho muito orgulho do Eu que voltou.

E torço muito pelo Eu que vai.

Porque eu sei que Eu vou e nunca vou voltar.

26 de fevereiro de 2007

Meu Bíceps. Meu Mundo.

Oito, nove, dez. Paradinha. Olhadinha.

Mulheres desfilam entre os espelhos com suas bundas malhadas em calças de lycra três números menor e os machões da academia não desgrudam os olhos: do próprio bíceps.

Paradinha. Olhadinha.

É o culto do homem moderno ao corpo. Do próprio corpo. Nada mais importa ao seu redor do que a circunferência do seu próprio bíceps. É uma paixão mutua. O marombeiro olha com paixão para seu braço e que fica inchado de orgulho.

Oito, nove, dez. Paradinha. Olhadinha.

O saradão de plantão fica tão cego de paixão por seu peito e braços que nem consegue enxergar as pernas, que ficam sofrendo, magrinhas. “Fazer perna para que, se na balada eu vou de calça?”. Sem contar que ao fazer perna não dá para fazer a Paradinha. Olhadinha em frente ao espelho.

Paradinha. Olhadinha.

“Você tem muita sorte de ficar comigo, olha só os meus músculos!”

Paradinha. Olhadinha.

Nem os novatos resistem. Aquele menino raquítico, envergonhado, vestido com moletom 3 números maior para esconder a barriga ou os ossos já na segunda semana, já esta fazendo a Paradinha olhadinha. Discreta. Na terceira já entrou no ritmo. Veste camiseta regata mamãe eu faço: Paradinha. Olhadinha, corrente de prata e compra um Pit Bull.

“Exercitar a cabeça para que se não dá para ver os músculos do cérebro?”

Paradinha. Olhadinha.

Não vai ser estranho se um dia ver esses armários abraçados com o próprio reflexo em qualquer lugar que tenha um espelho, seja na balada, no elevador ou pendurado num retrovisor do carro. Porque seus braços são a única coisa que esses ratos de academia enxergam, nem o próprio umbigo eles enxergam mais.

Oito, nove, dez. Paradinha. Olhadinha. Ufa, cansei.

12 de fevereiro de 2007

Onde o Super-Homem corta o cabelo?

Ao assistir Superman: Returns, algumas perguntas começaram a explodir na minha cabeça. E se o Super-Homem existisse no mundo real, como ele resolveria as situações do dia-a-dia?

O disfarce é fajuto, mas quem acreditaria que aquele seu amigo desajeitado, de óculos, que calça um sapato parecido com o dos palhaços (Clark Kent deve usar sapatos uns três números maior que o seu pé só para caber a bota), um região glútea à la Carla Perez (porque é ali que deve ficar enrolada a capa) e sempre de terninho bege – ainda bem que ele não mora no nordeste se não tostava - é o Deus de plantão? Não dá para acreditar.

Aliás, ele deve gastar todo o salário de repórter na Colombo, comprando ternos de 99,00 reais e camisas na C&A, já que a cada tentativa de salvar o mundo é um kit-terno completo que vai para o saco. Daqui a pouco vai ter que ser criada uma ONG para salvar a sua conta-bancária.

E as necessidades fisiológicas, como ficam com tanta roupa? Só o super-heróis tiram à cueca primeiro que a calça para dar ir ao banheiro. O Super-Homem deve conseguir fazer o processo calça-cueca-calça bem rapinho com sua super-velocidade. Mas o Batman caga nas calças.

Tudo bem que os caras são super-heróis, mas eles não tem senso de estilo. Roupas de cores berrantes com cueca por cima da calça é tão brega que em X-Men: O Filme há uma piadinha sobre isso.

Mas apesar do mau gosto para roupa o Homem-de-Aço é metro sexual. Ele só combate o crime depois de passar gel no cabelo e deixar des-propositalmente uma mecha des-penteada em formato de “S” na sua testa. Só não me pergunte onde ele guarda o tubinho do gel.

Para o Superman resolver essas paradas são fáceis, difícil deve ser encontrar alguém que consiga cortar o seu cabelo. Não importa se ele enfrentou um furacão ou entrou num vulcão, o cabelo não despenteia nem chamusca. Então onde ele arruma uma super-tesoura para cortar seu super-cabelo? No Jassa que não é.

Unha ele roí com certeza. Tem cortador de unhas que não corta as minhas que dirá as dele.

E as reações involuntárias então? Se nosso espirro sai a centos km/h, quando ele espirra os E.U.A são assolados por furacões. E se um dia ele brincar de peidar na água para fazer bolinhas às cidades costeiras do mundo vão sofrer com novos Tsunamis.

Mas ainda bem que ele não existe de verdade, já imaginou se ele tem uma super-ereção na hora do sexo e seguida de uma super-gozada? Coitada da garota.

25 de janeiro de 2007

Homens Bonzinhos Não Fazem Sexo.

Toda mulher sonha com o namorado perfeito, o cara sensível, atencioso, romântico e que durma abraçadinho depois de fazer amor.

Mas elas dão mesmo para o galinha, safado, sem-vergonha que depois do sexo, esse tipo não faz amor, cai no sono ou veste as calças e vai embora tomar cerveja com os amigos e contar que comeu mais uma. O famoso escroto.

Quando uma mulher fala para amiga que Fulaninho - normalmente com terminação nominal “inho” - é bonzinho, ela está dizendo: “Inho é legal, até bonitinho (eufemismo para feio), mas não tem jeito. Pra ele eu não dou!”.

Bonzinho é o pior adjetivo que um homem pode ter. Geralmente é apaixonado pela melhor amiga mais rodada que pneu de caminhão, é o seu confidente e seus amigos o chamam de Arroz porque só acompanha e não come ninguém.

Arroz sim, mas gente boa. Ele é o cara que sem reclamar, busca a amiga e todas as amigas da amiga em 3 bairros diferentes pra ir para balada, paga o estacionamento, vê as minas ficarem com câimbra na língua e não pega ninguém. No fim da festa, deixa sua amiga em casa com o cara do segundo parágrafo e ainda ouve, recebendo tapinhas nas costas: “Porra você é gente boa para caralho. Pode deixar que vou co... cuidar bem dela!”.

Lá se vai bonzinho para casa depois de mais uma balada como cantor de churrascaria: cantou para os outros comerem.

Quinze dias depois sua amiga liga aos prantos: “Ele me usou. Porque eu só atraio caras errados? Eu queria encontrar alguém como você!” Pausa para o momento esperança. Quase dá para ouvir os batimentos cardíacos do cidadão do outro lado da linha. E ela continua: “A menina que namorar você vai ter muita sorte.” Pausa para o momento: Pulo da janela agora ou quando desligar?


Agora pior do que ser bonzinho, só se for gordinho-bonzinho. Daí amigo, pode esquecer. Ou fica rico ou vai passar a vida navegando sites pornôs na internet jogando dados de madrugada.

Vida de bonzinho parece comédia romântica de Hollywood intitulada: Nice Guys Don´t Have Sex. Com todas as cenas de sorvete, praia e risadas mas com a diferença que no fim do filme o Inho em questão não come a menina mais cobiçada da escola. Não tem jeito. Caras bonzinhos não fazem sexo.

22 de janeiro de 2007

Tragédia dá Ibope.

Não tem como não associar a musiquinha (Tã tã, tã. Tããã!) do Plantão da Globo com tragédia. E recentemente ela tocou de novo. Interrompendo a Sessão da Tarde de milhares de crianças felizes, para falar da mais recente tragédia. Obras do Metrô de São Paulo desmoronam.
Já deu. Não há canais suficientes (e agora blogs, também vou lucrar em cima) suficientes para falar do buraco.

“Josefina, você viu o tamanho do buraco?”. “Mas o buraco já existia”. “Mesmo?”. “Verdade, ele só aumentou um pouco, mas morreram 6 pessoas”. “Que tragédia meu Deus!”.

Dá até para entender que os leigos não saibam da existência do buraco nas obras, porque a televisão fez entender é que a cratera não existia. Depois eles o aumentaram. E muito. Se tivesse desmoronado em profundidade não em comprimento, as televisões estariam dizendo que seria a ligação de metrô São Paulo /Tóquio.

E olha que os buracos nas rodovias federais matam muito mais. Mas isso a gente já acostumou. Não dá ibope. Não tem mais graça. Mas a cratera tem cheiro de carniça fresca. E carniça atrai urubus de todas as espécies.

Rápida e implacável, a dos repórteres sensacionalistas é a primeira a chegar e colocar no ar as opiniões embasadas dos Urubus “Especialistas de Plantão”. Eles não são geólogos, nem engenheiros, mas tem a sua opinião veemente: "Foi terrorismo. Com certeza! Eu vi um talibã entrar no buraco, sem ninguém perceber."

Filtrar informação pra que? Joga na tela que o povo acredita sem pensar e discute. Dá ibope. Também apareceu a espécie Família. Pai, Mãe e filhos. Num típico e cada vez mais tradicional programa família: A tragédia do final de semana. Teve até a descoberta de uma nova espécie. A dos urubus Solidários, como a Red Bull. Que foi prestar solidariedade, distribuindo energéticos para os engenheiros responsáveis pelas buscas e para os curiosos de plantão. Afinal se algum deles caísse no buraco não teria problema, por que: “Red Urubull te dá asas!”. O buraco na aviação civil que causou uma tragédia sem precedentes na aviação brasileira já foi esquecido. O caos nos aeroportos? Esquecido. O buraco nas filas do INSS que mata muito mais gente todos os dias? Esquecido. Se cair mais três obras do metrô, ninguém vai dar à mínima. A gente acostuma. E esquece.

A cratera deu ibope porque era carniça fresca. Agora, já está começando a feder. E carne velha não dá ibope.

Até a próxima tragédia ou crônica. O que acontecer primeiro.

15 de janeiro de 2007

O Pênis e Suas Figuras de Linguagem

Faz tempo que o pênis do brasileiro não é apenas mais órgão reprodutor ou parte do sistema urinário. É metáfora.

Os paulistanos, por exemplo, vivem com o “caralho” na boca. Sempre dispostos a usá-lo, seja numa interjeição de espanto “Caralhooo!” ou como figura de linguagem hiperbólica: “Gebra-Gebra do Norte? Você mora longe pra caralho!”. O que nesse caso é muito injusto, porque justamente está é a parte mais rápida de chegar no homem.

Já o baiano, adora uma “porra”. Lá é porra para todo lado. Se o cara é feio, é “feio pra porra”. Se for caro, “é caro pra porra”. Analisando, essa verdadeira inundação na Terra de Todos os Santos até faz sentido, é só perguntar para qualquer homem o que ele mais fez na pré-pós-adolescência. O único problema é que na Bahia uma pessoa mais desprevenida corre o sério risco de ser alvejada por uma “porra” perdida.

Com certeza o restos dos brasileiros do Norte ao Sul devem empregar suas genitálias em outros advérbios, em inusitadas figuras de linguagem e até mesmo para o sexo. A grande maioria, relacionada com a região pubiana masculina, é claro. Porque até hoje eu nunca ouvi ninguém falar: “Você é feio como uma buceta!”, mesmo porque, ainda tem homem achando “buceta” bonita pra caralho.

5 de janeiro de 2007

O Rio de Janeiro Continua Sendo

Corpos carbonizados na rua. Pessoas chorando. Mães gritando por seus filhos. Ônibus incendiado. Esse cenário de terror descreve qualquer país do oriente médio que sofre com ações de grupos religiosos extremistas. Chega a ser surreal, mas a cidade que vem sofrendo com este tipo de barbárie já foi conhecida como Cidade Maravilhosa.

O Rio de Janeiro há anos sofre com as ações do crime mais que organizado. Quem não lembra do CV – Comando Vermelho – que ficou famoso por alguns anos, mas assim como o futebol carioca, foi desbancado pelos paulistas com o PCC – Primeiro Comando da Capital. Mas agora eles querem o título de banditismo mais organizado do ano e começaram o ano botando fogo na disputa.

E nessa disputa quem sofre são os moradores da cidade e os turistas. Quer dizer, o turismo do Rio vai ter uma reviravolta e vai ser conhecido como turismo hiper-radical. Ir pra Nova Zelândia se arriscar pulando de Bungee-Jumping? Fazendo Rafting? Pra quê? Muito perigoso. Por muito menos você pode participar de um típico assalto a ônibus, com direito a churrasquinho na hora e ainda presenciar a exclusiva volta dos arrastões. Tudo a base de muita caipirinha, samba e muita segurança. Os mais corajosos ainda podem se arriscar a levar uma bala perdida pra casa.

Calma. Vem por aí: Turistas, o filme. Que provavelmente os governantes do Rio (e o Governo Federal também) vão querer vetar a veiculação por se tratar de uma calúnia, uma visão distorcida e irreal do povo e da cidade carioca. Eles tem razão. Quando um traficante, de órgãos!, retiraria órgãos de turistas para doar para população carente? Calúnia! Eles venderiam e caro! O CV sim, não deve permitir a exibição do filme. Irá denegrir a imagem do tráfico organizado e espantar os turistas europeus, uma fonte de renda muito rica. Por que sem emoção real, eles ficam pela Europa mesmo.

O Rio de Janeiro continua lindo, mas quando for visitá-lo, lembre-se de levar câmera descartável, por que se levar a digital: “perdeu malandro”.