19 de dezembro de 2005

Não existe Padre Gay

Pelas leis do Vaticano Padres e Freiras católicos não podem manter relações sexuais ou constituir família com nenhuma pessoa. Com nenhuma pessoa significa:
Não furnicar com ninguém, seja com homens ou com mulheres ou com as próprias mãos em qualquer combinação destes e em qualquer quantidade.

Então é de causar estranhamento a Igreja Católica não aceitar como Padres, Gays.

Porque no momento em que o Homem, sexualmente ativo (ou no caso Gay), se converte a Padre, deixa de ser Homem (ou no caso Gay) e se torna um Padre Celibátario (ou Ex-Gay no caso).


Então se Padre que é Padre não faz sexo, por que a Igreja católica não aceita Padres (Ex) Gays?

Será que é medo que o Novo Padre Ex-Gay ache que a igreja está muito “bege” e comece a fazer mudanças do tipo:

- Ui, umas almofadas rosas aqui ficariam “poderosissímasssss”.
- Essa roupinha da Virgem está muito “demodê”.
- Hoje vou começar a Missa cantando uma linda música da Cher.

Ou quem sabe eles começariam a rezar a Missa Dominical travestidos. Seria uma visão digna daqueles que presenciaram milagres. Um homem travestido de Virgem Maria cantando Jesus Cristo do Roberto Carlos. Um luxo.

Muito mais divertido que ver Padre dormir em Missa.

Também teriam os Padres Ex-Gays menos apoteóticos. Reservados. Que por sua experiência de vida trariam beneficíos para a Igreja e para vida de seus fiéis. Principalmente para os jovens, como o incentivo ao uso de preservativos para a prevenção de DSTs e Gravidez.

Mas será que existe um obscuro e “secreto segredo” da Igreja em não permitir a ordenação de Gays.


Imagine o Santíssimo Papa convidando a nova Freirinha para fazer uma posição divina? Será que na calada da noite, nos conventos, os Padres promovem verdadeiras baladas com as Freiras? Festas dignas de fazer a população de Sodoma se envergonhar e a de Gomorra querer participar?

Ou na realidade isto é apenas medo de deixar o sabonete escorregar na hora do banho e ter como companheiro um Padre Gay do lado? Mas eles são celibatos, não fazem sexo. Então qual é o medo?

Perguntas que ficaram sem respostas até que o grande mistério seja revelado.

Na verdade este é apenas um exemplo de como a Igreja Católica está atrasada e não quer perceber as mudanças que ocorrem diariamente no Mundo. Enquanto Ela insistir em não dar um novo colorido para sua existência e, como dizem os Gay, continuar com este tom Bege só irá perder fiéis. Principalmente os jovens.

5 de dezembro de 2005

O carteiro e histórias perdidas.

Certa vez presenciei um assalto.

Dois motoqueiros roubaram um carteiro que fazia tranquilamente o seu serviço.
A catarse que nos atinge todos os dias e o trânsito não me permitiram fazer nada. Como um rato que rouba um pedaço de queijo, os Motoqueiros sumiram esgueirando-se no trânsito.

Naquele momento, reflexões começaram a fluir pela minha cabeça.

Quem sabe na sacola do carteiro estava a carta de um filho para uma mãe aflita. A carta apenas dizia: Estou bem mãe. E naquela noite uma mulher não dormiu.

A carta de um amigo para outro se perdeu. Assim como os endereços e a amizade também.

Contas foram embora nas costas de um motoquerio, até seria bom se elas fossem perdoadas, mas o perdão vem em forma de juros e multas de atraso.

A padaria da esquina teve a luz cortada, tudo culpa de de uma conta roubada não paga. Roubada também foi a sua clientela que comprou os pãezinhos quentinhos na concorrente em frente.

Crianças comemoraram. Sem chuveiro quentinho nada de banho. Mas também choraram por não poder asistir a televisão.

Malas diretas, ficaram indiretas. Perdidas em alguma vala da cidade, esperando alguém que as encontrasse.

Ligou, não pagou, a companhia telefônica cortou. O telefone não tocou e a resposta da entervista de emprego, não chegou. Sorte de outro, que era a segunda opção e ganhou um emprego.

Namorados brigaram, por um celular cortado não antedido bem no dia de uma festa. Encontros deixaram de ser marcados. A ligação do dia seguinte não veio.

Os cartões de crédito não chegaram e compras não foram feitas.
Cartões de crédito foram clonados e compras foram feitas.
Perdas finceiras, danos morais.

Notícias importantes não foram dadas. Nascimentos e perdas. Multas de trânsito não tiveram chance de serem recorridas. Histórias roubadas de vidas ao acaso.

Mas a vida continou.

O carteiro escapou da morte, descobriu que o seu emprego já não era tão tranquilo e que sua história acabará de ganhar novos capítulos.

Os ladrões, que procuravam cheques e cartões de crédito, não se deram conta de quantas histórias jogaram em uma sarjeta qualquer e seguirem em frente no trânsito até um policial ou outro bândido roubar-lhes a vida.

Quanto a mim?

Mudei a marcha e segui em frente.