25 de janeiro de 2007

Homens Bonzinhos Não Fazem Sexo.

Toda mulher sonha com o namorado perfeito, o cara sensível, atencioso, romântico e que durma abraçadinho depois de fazer amor.

Mas elas dão mesmo para o galinha, safado, sem-vergonha que depois do sexo, esse tipo não faz amor, cai no sono ou veste as calças e vai embora tomar cerveja com os amigos e contar que comeu mais uma. O famoso escroto.

Quando uma mulher fala para amiga que Fulaninho - normalmente com terminação nominal “inho” - é bonzinho, ela está dizendo: “Inho é legal, até bonitinho (eufemismo para feio), mas não tem jeito. Pra ele eu não dou!”.

Bonzinho é o pior adjetivo que um homem pode ter. Geralmente é apaixonado pela melhor amiga mais rodada que pneu de caminhão, é o seu confidente e seus amigos o chamam de Arroz porque só acompanha e não come ninguém.

Arroz sim, mas gente boa. Ele é o cara que sem reclamar, busca a amiga e todas as amigas da amiga em 3 bairros diferentes pra ir para balada, paga o estacionamento, vê as minas ficarem com câimbra na língua e não pega ninguém. No fim da festa, deixa sua amiga em casa com o cara do segundo parágrafo e ainda ouve, recebendo tapinhas nas costas: “Porra você é gente boa para caralho. Pode deixar que vou co... cuidar bem dela!”.

Lá se vai bonzinho para casa depois de mais uma balada como cantor de churrascaria: cantou para os outros comerem.

Quinze dias depois sua amiga liga aos prantos: “Ele me usou. Porque eu só atraio caras errados? Eu queria encontrar alguém como você!” Pausa para o momento esperança. Quase dá para ouvir os batimentos cardíacos do cidadão do outro lado da linha. E ela continua: “A menina que namorar você vai ter muita sorte.” Pausa para o momento: Pulo da janela agora ou quando desligar?


Agora pior do que ser bonzinho, só se for gordinho-bonzinho. Daí amigo, pode esquecer. Ou fica rico ou vai passar a vida navegando sites pornôs na internet jogando dados de madrugada.

Vida de bonzinho parece comédia romântica de Hollywood intitulada: Nice Guys Don´t Have Sex. Com todas as cenas de sorvete, praia e risadas mas com a diferença que no fim do filme o Inho em questão não come a menina mais cobiçada da escola. Não tem jeito. Caras bonzinhos não fazem sexo.

22 de janeiro de 2007

Tragédia dá Ibope.

Não tem como não associar a musiquinha (Tã tã, tã. Tããã!) do Plantão da Globo com tragédia. E recentemente ela tocou de novo. Interrompendo a Sessão da Tarde de milhares de crianças felizes, para falar da mais recente tragédia. Obras do Metrô de São Paulo desmoronam.
Já deu. Não há canais suficientes (e agora blogs, também vou lucrar em cima) suficientes para falar do buraco.

“Josefina, você viu o tamanho do buraco?”. “Mas o buraco já existia”. “Mesmo?”. “Verdade, ele só aumentou um pouco, mas morreram 6 pessoas”. “Que tragédia meu Deus!”.

Dá até para entender que os leigos não saibam da existência do buraco nas obras, porque a televisão fez entender é que a cratera não existia. Depois eles o aumentaram. E muito. Se tivesse desmoronado em profundidade não em comprimento, as televisões estariam dizendo que seria a ligação de metrô São Paulo /Tóquio.

E olha que os buracos nas rodovias federais matam muito mais. Mas isso a gente já acostumou. Não dá ibope. Não tem mais graça. Mas a cratera tem cheiro de carniça fresca. E carniça atrai urubus de todas as espécies.

Rápida e implacável, a dos repórteres sensacionalistas é a primeira a chegar e colocar no ar as opiniões embasadas dos Urubus “Especialistas de Plantão”. Eles não são geólogos, nem engenheiros, mas tem a sua opinião veemente: "Foi terrorismo. Com certeza! Eu vi um talibã entrar no buraco, sem ninguém perceber."

Filtrar informação pra que? Joga na tela que o povo acredita sem pensar e discute. Dá ibope. Também apareceu a espécie Família. Pai, Mãe e filhos. Num típico e cada vez mais tradicional programa família: A tragédia do final de semana. Teve até a descoberta de uma nova espécie. A dos urubus Solidários, como a Red Bull. Que foi prestar solidariedade, distribuindo energéticos para os engenheiros responsáveis pelas buscas e para os curiosos de plantão. Afinal se algum deles caísse no buraco não teria problema, por que: “Red Urubull te dá asas!”. O buraco na aviação civil que causou uma tragédia sem precedentes na aviação brasileira já foi esquecido. O caos nos aeroportos? Esquecido. O buraco nas filas do INSS que mata muito mais gente todos os dias? Esquecido. Se cair mais três obras do metrô, ninguém vai dar à mínima. A gente acostuma. E esquece.

A cratera deu ibope porque era carniça fresca. Agora, já está começando a feder. E carne velha não dá ibope.

Até a próxima tragédia ou crônica. O que acontecer primeiro.

15 de janeiro de 2007

O Pênis e Suas Figuras de Linguagem

Faz tempo que o pênis do brasileiro não é apenas mais órgão reprodutor ou parte do sistema urinário. É metáfora.

Os paulistanos, por exemplo, vivem com o “caralho” na boca. Sempre dispostos a usá-lo, seja numa interjeição de espanto “Caralhooo!” ou como figura de linguagem hiperbólica: “Gebra-Gebra do Norte? Você mora longe pra caralho!”. O que nesse caso é muito injusto, porque justamente está é a parte mais rápida de chegar no homem.

Já o baiano, adora uma “porra”. Lá é porra para todo lado. Se o cara é feio, é “feio pra porra”. Se for caro, “é caro pra porra”. Analisando, essa verdadeira inundação na Terra de Todos os Santos até faz sentido, é só perguntar para qualquer homem o que ele mais fez na pré-pós-adolescência. O único problema é que na Bahia uma pessoa mais desprevenida corre o sério risco de ser alvejada por uma “porra” perdida.

Com certeza o restos dos brasileiros do Norte ao Sul devem empregar suas genitálias em outros advérbios, em inusitadas figuras de linguagem e até mesmo para o sexo. A grande maioria, relacionada com a região pubiana masculina, é claro. Porque até hoje eu nunca ouvi ninguém falar: “Você é feio como uma buceta!”, mesmo porque, ainda tem homem achando “buceta” bonita pra caralho.

5 de janeiro de 2007

O Rio de Janeiro Continua Sendo

Corpos carbonizados na rua. Pessoas chorando. Mães gritando por seus filhos. Ônibus incendiado. Esse cenário de terror descreve qualquer país do oriente médio que sofre com ações de grupos religiosos extremistas. Chega a ser surreal, mas a cidade que vem sofrendo com este tipo de barbárie já foi conhecida como Cidade Maravilhosa.

O Rio de Janeiro há anos sofre com as ações do crime mais que organizado. Quem não lembra do CV – Comando Vermelho – que ficou famoso por alguns anos, mas assim como o futebol carioca, foi desbancado pelos paulistas com o PCC – Primeiro Comando da Capital. Mas agora eles querem o título de banditismo mais organizado do ano e começaram o ano botando fogo na disputa.

E nessa disputa quem sofre são os moradores da cidade e os turistas. Quer dizer, o turismo do Rio vai ter uma reviravolta e vai ser conhecido como turismo hiper-radical. Ir pra Nova Zelândia se arriscar pulando de Bungee-Jumping? Fazendo Rafting? Pra quê? Muito perigoso. Por muito menos você pode participar de um típico assalto a ônibus, com direito a churrasquinho na hora e ainda presenciar a exclusiva volta dos arrastões. Tudo a base de muita caipirinha, samba e muita segurança. Os mais corajosos ainda podem se arriscar a levar uma bala perdida pra casa.

Calma. Vem por aí: Turistas, o filme. Que provavelmente os governantes do Rio (e o Governo Federal também) vão querer vetar a veiculação por se tratar de uma calúnia, uma visão distorcida e irreal do povo e da cidade carioca. Eles tem razão. Quando um traficante, de órgãos!, retiraria órgãos de turistas para doar para população carente? Calúnia! Eles venderiam e caro! O CV sim, não deve permitir a exibição do filme. Irá denegrir a imagem do tráfico organizado e espantar os turistas europeus, uma fonte de renda muito rica. Por que sem emoção real, eles ficam pela Europa mesmo.

O Rio de Janeiro continua lindo, mas quando for visitá-lo, lembre-se de levar câmera descartável, por que se levar a digital: “perdeu malandro”.