É mais fácil enfrentar o trânsito para a Praia Grande no feriadão do que almoçar em locais próximos a grandes empreendimentos comerciais ou área com concentrações de grandes empresas.
São manadas de funcionários, liberados todos ao mesmo tempo, que invadem os restaurantes da região como uma turba faminta ostentando seus crachás nos pescoços. Nem bem chegam e começam a espalhar seus identificadores com cordinhas coloridas sobre as mesas, como pichação de gangues rivais, disputando a maior mesa do estabelecimento, para que todos os coleguinhas sentem-se juntos, mesmo que, quem senta numa ponta mal e mal enxergue a pessoa da outra ponta.
Território marcado, marcham todos juntos para o buffet se empilhando como os pratos usados para se servir. A fila é tão grande e às vezes demora tanto, que o arroz colocado no prato já esfriou quando chega ao réchaud do feijão.
Depois de ter o estômago auto-digerido de tanta fome, mas finalmente ter conseguido uma mesa para degustar aquilo que um dia esteve dentro do prazo de validade, têm que enfrentar o mesmo grupo na fila do caixa, com a diferença que agora seus rostos estão um pouco mais inchados do que os crachás pendurados no pescoço retratam. São dezenas de pessoas passando seus VRs, cartões de débito e demorando horas para decidir que chocolates levarão.
Um comentário:
..... vc retratou exatamente como os que tem crachás se comportam....vc deve ficar só observando........pra escrever tão perfeitamente esta verdade.....
Eu sou uma com crachá....
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