Para dirigir em São Paulo precisa ter muita paciência pra agüentar o pára, anda, pára, pára, pára mais um pouquinho, agora parece que vai andar, sobreviver aos motoqueiros e aos amendoins que matam, se tiver sorte, só a fome. Quem chega ao seu destino pode sentir-se aliviado por ter conseguido chegar ileso. Mal sabe que apenas chegou ao estágio dois.
Quem se sente extorquido pelas placas de “Estacione aqui – Manobrista – 15 reais” de quase todos os bares e restaurantes (sendo que já se esta indo gastar no local específicado) e quer ter o direito dele mesmo parar o carro na rua e não pagar para um manobrista o fazer, tem que tomar até Dramim para não ficar tonto com tantas voltas dadas no quarteirão que é preciso para encontrar um espaço não sujeito a atuação do SUM (Sistema Único de Multas – um dos poucos órgãos públicos que realmente funcionam). Mesmo os mais sortudos não estão livres do: “Cincão dotô, acerta antes, fico aqui até o dotô pagá, quer dizer até as 5 da manhã!”.
Depois de horas brincando de autorama na rua, ver um carro mal estacionado pode gerar um sentimento traduzido em “Ahh se eu estivesse dirigindo um trator!”. São os motoristas que sofrem da síndrome do caminhoneiro e conseguem estacionar seus carros, mesmo os menores como um Ka, de uma forma a ocupar de duas a três vagas de uma só vez. Nem a física consegue explicar como um corpo ocupa dois lugares ao mesmo tempo, imagina atrapalhar um terceiro.
Caçambas de Entulho são o desespero de qualquer motorista. Não respeitam a sinalização, atrapalham o trânsito e aparecem do nada, da noite para o dia, naquela vaga que sempre esteve a disposição, seja no happy hour ou na rua do trabalho. Já não basta disputar vagas com carros. Tem que disputar com aquele monte de ferro feito para ocupar entulho, entulho, ocupando uma vaga que deveria ser sua. SUA. Pior é quando deixam uma vaga entre a caçamba e o carro da frente. Tentar estacionar lá pode significar um amassado feio no carro e palavrões que as próximas cinco gerações do caçambeiro e do cidadão que parou o carro na frente irão ouvir.
Estacionamento de Shoppings foram construídos, para que depois de 15 minutos brincando de labirinto, o motorista mesmo se tocando que não é uma boa idéia ir ao shopping no feriado, tenha que pagar o valor mínimo. E nem adianta correr para aquele espaço vazio entre carros, ali já tem um carro, apenas menor que eles. Se realmente tiver um espaço é vaga exclusiva para deficiente. Seguir quem sai cheio de sacolas parece uma grande idéia, mas na verdade é perda de tempo. Todo mundo que sai do elevador de um shopping sai desorientado. Não adianta seguí-los, se estiverem no andar certo ótimo, na direção certa então é milagre. Fora à sensação que se tem de estar sempre 30 segundos atrasado para estacionar, já que o é o terceiro carro na sua frente que conseguiu uma vaga (suspiro).
Depois do motorista escapar ileso do trânsito, chegar com o carro sem arranhões e com os 2 retrovisores, é hora sentar e relaxar tomando uma cervejinha. Agora só falta achar uma vaga no bar.
3 comentários:
Cara, eu nem dirijo, meu mau humor me causaria problemas no trânsito...
Tem um presente para você no meu blog! Um abraço!
otimo texto...
pura verdade...rsrsrs
Olá. Eu vi seu blog em algum lugar e resolvi conferir. O título me chamou atenção, pois adoro escreve crônicas! Meu caro, parabésn, eu ri muito aqui. Vc tem talento, hein? Já votei e já virei fã.
Visite-me se puder!
Um grande beijo e voltarei mais vezes!
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