26 de setembro de 2005

Pressa sobre duas rodas

Trânsito. Tudo tão parado que parece que estou andando para trás. De repente: Um vulto passa rasgando o trânsito mostrando que o caminho é mesmo para frente. Depois outro e outro e mais outro. São tantos juntos que parecem uma centopéia sobre duas rodas.
Passam desafiando as leis da física, mais um corpo ocupando o terceiro lugar num mesmo espaço que mal cabem dois. E da mesma maneira rápida que aparecem, somem, assim como sumiu de vista o retrovisor do carro ao lado, arrancado num chute certeiro (digno do Ronaldinho) de um motoboy um mais esstresado.

Fico para trás me perguntando: “Aonde eles vão com tanta pressa?”
Mas ainda assim penso: “Amanhã, vendo está porcaria de carro velho e compro uma moto.”

Meia hora depois, coisa rápida, uns 3 km a frente, chego a causa do congestionamento: um motoqueiro atropelado (Nunca ouvi no rádio motoboy atropelado, apenas motoqueiros são atropelados). Na hora desisti da moto.


E o trânsito parado nem tanto pelo motoqueiro/motoboy no chão, que só ocupava faixa da esquerda, mas pelos seus novos 264 amigos parados no local do acidente. Destes, 263 ameaçavam o pobre do coitado do atropelador e o outro falava no celular, provavelmente avisando mais motoboys.

Sinceramente, comecei a temer mais pela vida do atropelador do que pela do motoboy. Afinal 263 + 1 (com a possibilidade de acrésimo no número) contra 1 não me pareceu muito justo.

Não paro, afinal tenho meus próprios problemas, desejo boa sorte em pensamento ao atropelador e ao atropelado - talvez se não estivesse correndo tanto.


Já no trabalho, peço para chamar o motoboy.
- Olha você tem que ir aqui, nesse lugar, levar este material para o cliente.
Depois passa lá no fornecedor e me trás um documento.
E na volta, passa no banco e paga este boleto para mim.
Mas vai rápido porque já são três e dez e o banco fecha as 4.

3 comentários:

Anônimo disse...

Era isso que você estava fazendo enquanto eu estava em Porto de Galinhas literalmente suando por nós e por nossos clientes? Mr. Fazedor de textos, já voltei. Pode olhar seus emails que deve ter um monte de job caindo por lá. O pior de tudo é que eu gostei do que você escreveu, portanto é esse nível de trabalho que eu quero ver aqui na agência.

Anônimo disse...

Prestou atenção no recado do chefe, Mr. Hruschka???

Anônimo disse...

Hruschka! Adorei o seu blog! Que delícia seu desejo de compartilhar com outros usuários de elevador suas crônicas.

Já passei por cada momento dentro de um elevador.. hahaha.. E quando nós olhamos para um amigo que já está segurando a gargalhada dentro do elevador! É incontrolável a vontade de chorar de rir da cara da inocente figura que acaba de entrar no elevador! Descer do 10º andar até o térreo, segurando as lágrimas e contendo a gargalhada, torna-se uma eternidade!

São tantas histórias mas, como diz um querido meu "Agora chega, porque o que era para ser breve, já se extendeu demais".

Beijo beijo